RELIGIÃO

O sacrifício da peregrinação à Meca agora é virtual

Este ano, por 460 riales sauditas (cerca de 120 dólares), as agências de correio espalhadas no locais de rituais encarregam terceiros a fazer o sacrifício

AFP
Cadastrado por
AFP
Publicado em 12/09/2016 às 14:58
Foto: ADEM ALTAN / AFP
Este ano, por 460 riales sauditas (cerca de 120 dólares), as agências de correio espalhadas no locais de rituais encarregam terceiros a fazer o sacrifício - FOTO: Foto: ADEM ALTAN / AFP
Leitura:

Agora os cerca de dois milhões de muçulmanos que celebram nesta segunda-feira (12) o Eid al Adha, a festa do sacrifício, dentro da peregrinação anual à Meca, podem realizar sua oferenda através de cartões automáticos e SMS.

"Se cada peregrino degolasse um cordeiro, não haveria espaço suficiente", afirma Rabie Saleh, um sudanês que está na fila ante uma agência postal instalada ao pé da coluna de Lapidação de Satanás, uma das etapas do ritual do primeiro dia do Eid, além do sacrifício do cordeiro.

Sacrifício

Degolar um ovino é para os muçulmanos uma forma de recordar o sacrifício de Abrãao e simboliza a submissão dos fiéis à Alá. A carne deve ser imediatamente compartilhada com a família, os amigos e os necessitados.

Durante séculos, os peregrinos degolavam durante o hajj um animal para depois distribuir carne entre os pobres. "Mas agora que os fiéis são milhões, se cada um tiver de degolar um carneiro, isso levará dias", explica Mechaal Qahtani, um peregrino saudita de 33 anos.

Dessa forma, o Banco Islâmico de Desenvolvimento (BID), com sede na Arábia Saudita, colocou em operação um sistema de cartões.

Este ano, por 460 riales sauditas (cerca de 120 dólares), as agências de correio espalhadas no locais de rituais encarregam terceiros a fazer o sacrifício.

"Quando alguém compra o cartão, um pedido é enviado Banco Islâmico através de nosso sistema de informática e um cordeiro é degolado em um matadouro", explica à AFP Mansur al Malki, de 45 anos, que trabalha numa das agências postais sauditas.

A carne em seguida é cortada e distribuída às pessoas necessitadas em Meca, ou também pode ser enviada para países estrangeiros.

E o peregrino pode acompanhar ao vivo este processo, acrescenta Mechaal, que guarda com cuidado o tíquete que prova que pagou pelo sacrifício para, assim, ter sua peregrinação considerada válida. "Este papel prova que encarreguei a agência de sacrificar e depois de distribuir a carne de um cordeiro", explica.

Antes, explica Malki, "existiam cupons em papel, mas agora tudo está informatizado".

"Disseram que logo receberei um SMS confirmando que um cordeiro foi degolado", afirma Mechaal antes de sumir na massa de peregrinos usando túnicas brancas e que lotam os diferentes lugares sagrados em torno de Meca.

Últimas notícias