Dezenas de pessoas morreram pisoteadas e esmagadas nesse domingo (2) durante o encontro religioso promovido anualmente pelo povo oromo em Bishoftu, cidade situada na região central da Etiópia, na África. As informações são da agência Ansa.
Pelo menos 2 milhões de pessoas participavam do festival, e alguns começaram a gritar frases contra o governo. Em resposta, a polícia reagiu com gás lacrimogêneo e balas de borracha, desencadeando o pânico na multidão, que se espremeu perto do palco.
Algumas pessoas, tentando fugir, caíram no fosso que rodeia o local e foram esmagadas por quem veio depois. Há meses, a Etiópia é palco de protestos por mais liberdade política, causando preocupação aos Estados Unidos quanto ao uso excessivo da força pela polícia.
O número exato de vítimas ainda é incerto, mas o diretor-executivo da Oromia Media Network, Jawar Mohammed, disse no Twitter que 175 corpos já foram recuperados e levados para a capital, Adis Abeba.
Por sua vez, o governo fala em "mortos e feridos", mas sem precisar o número, e culpa "pessoas preparadas para provocar tumultos" pelo massacre. Os oromos são o grupo étnico mais numeroso da Etiópia e representam 35% da população do país, além de habitar parte do Quênia.
Majoritariamente cristãos ou muçulmanos - embora alguns sigam a religião tradicional baseada na adoração ao deus Waaq -, eles também são em sua maioria agricultores e criadores de gado. No entanto, há décadas o grupo diz ser marginalizado por Adis Abeba, motivando recorrentes protestos contra o governo.