O conselho de ministros do Kuwait renunciou e o parlamento do país foi dissolvido neste domingo (16) por causa da "falta de cooperação" entre os setores de governo. Desta forma, prepara-se o palco para eleições antecipadas.
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Parlamentos normalmente não concluem seus mandato no país, mas os legisladores eleitos na última eleição do Kuwait, em 2013, na sequência de protestos da Primavera Árabe e na ascensão do grupo Estado Islâmico, ficavam em sua maioria ao lado do governo.
No entanto, a queda dos preços globais do petróleo, que vem pressionando a economia deste importante membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), estimulou a dissidência. O preço do petróleo caiu para metade do patamar de US$ 100/barril alcançado em 2014. Com isso, o governo do Kwait elevou o preço subsidiado da gasolina e cortou outros benefícios, gerando crescente insatisfação.
A emissora de TV estatal e sua agência de notícias anunciaram a demissão dos membros do governo e a dissolução do parlamento na tarde deste domingo, apenas poucas horas depois de autoridades do governo realizarem uma reunião de emergência.
Em um decreto, o chefe de estado Sabah Al Ahmad Al Sabah disse que "dadas as circunstâncias da região ... e os desafios de segurança" ele ordenou que o Parlamento fosse dissolvido. O comunicado não deu mais detalhes.
Ameaças
O Kuwait também tem enfrentado a ameaça de ataques de militantes do Estado Islâmico desde a ascensão do grupo extremista. Um atentado suicida reivindicado pelo grupo em 2015 visando uma mesquita xiita no país matou 27 pessoas e feriu dezenas. Em 8 de outubro, um egípcio que conduzia um caminhão de lixo carregado com explosivos e papéis do Estado Islâmico colidiu com um caminhão que transportava cinco soldados americanos, ferindo apenas a si mesmo no ataque.