ELEIÇÕES

Socialista lidera presidenciais na Bulgária, seguido por conservadora

O socialista Rumen Radev teria 26,7% de votos nas eleições do próximo domingo (13)

AFP
Cadastrado por
AFP
Publicado em 06/11/2016 às 19:07
Foto: AFP
O socialista Rumen Radev teria 26,7% de votos nas eleições do próximo domingo (13) - FOTO: Foto: AFP
Leitura:

Duas pesquisas de boca de urna situavam neste domingo em segundo lugar a candidata apoiada pelo primeiro-ministro, Bokyo Borisov, em desvantagem ante seu adversário socialista no primeiro turno das eleições presidenciais na Bulgária.

Tsetska Tsacheva, presidente do Parlamento, de 58 anos, teria alcançado 22,5% e 23,5% dos votos, situando-se atrás do candidato da oposição socialista, Rumen Radev, ex-comandante da força aérea de 53 anos, que teria obtido entre 24,8% e 26,7%.

As pesquisas antecipam um segundo turno muito disputado em 13 de novembro, em eleições consideradas um teste de metade do mandato para Borisov.

Borisov, de 57 anos, no poder desde 2014, chegou a dizer nos comícios que se Tsacheva não se elegesse no primeiro turno, convocaria eleições legislativas antecipadas.

Uma derrota da candidata do partido do governo abriria uma brecha na supremacia do GERB, que controla o poder executivo.

Isto mergulharia o país mais pobre da União Europeia em uma nova tempestade política depois dos conflitos sociais registrados em 2013.

Oposição

Uma vitória de Radev, que defende a suspensão das sanções europeias contra Moscou, poderia levar a Bulgária, agora membro da UE e da Otan, a se aproximar da Rússia.

Cerca de 6,8 milhões de eleitores desta democracia parlamentar foram convocados a escolher entre 21 candidatos - dois deles favoritos: Tsacheva, integrante do partido conservador governista GERB, e o general Radev, líder do Partido Socialista, que defende melhorias nas relações com a Rússia.

Na Bulgária, o presidente, eleito por cinco anos, desempenha sobretudo um papel protocolar, embora seja uma figura respeitada, à qual se pode recorrer em casos de crise.

"Voto pela estabilidade e pela segurança de uma nova Bulgária próspera", declarou neste domingo Tsacheva na cidade de Pleven (norte), situada em uma das regiões mais pobres da Europa.

A campanha presidencial ressaltou a luta contra a pobreza, a crise demográfica e o êxodo da população, em um país onde o salário médio é de 480 euros (pouco mais de R$ 1.700) por mês.

As três últimas pesquisas publicadas na sexta-feira davam vantagem a Tsacheva com entre 26% e 28% dos votos no primeiro turno, seguida de Radev, com entre 22% e 23%.

A participação alcançou 20% ao meio-dia (08h de Brasília), mesmo percentual alcançado às 14h (10h de Brasília) nas presidenciais anteriores, em 2011, segundo o instituto de pesquisas Alpha Research.

Uma emenda recente na lei eleitoral introduziu "o voto obrigatório" - cujo descumprimento não resulta em nenhuma sanção grave - com o objetivo de mobilizar o eleitorado e evitar o peso do voto manipulado ou comprado, um problema endêmico.

A presidente do Parlamento centrou sua campanha na "estabilidade" conquistada pelo governo, enquanto Rendev assegurou encarnar "a mudança" frente à corrupção e à pobreza.

Os dois candidatos também se opuseram sobre sua relação com a Rússia, da qual a Bulgária depende quase por completo no âmbito energético.

Tsacheva prometeu "preservar a orientação europeia e euro-atlântica" da Bulgária, assim como o presidente em fim de mandato Rosen Asenov Plevleniev.

Ao contrário, Radev, apesar de ter se formado nos Estados Unidos, tem uma postura menos restrita a respeito de Moscou: "Uma melhoria necessária das relações com a Rússia não representa um retrocesso dos valores euro-atlânticos", considera o general, que se mostra favorável à suspensão das sanções europeias impostas à Rússia.

Últimas notícias