Um cessar-fogo envolvendo o governo e os rebeldes em todo território da Síria entrou em vigor no primeiro minuto desta sexta-feira (20h de quinta, no horário de Brasília), em virtude do acordo concluído com a mediação de Rússia e Turquia.
A nova trégua pode significar uma mudança de rumo após mais de cinco anos de guerra.
O acordo, que não inclui os chamados grupos "terroristas", como o autointitulado Estado Islâmico (EI), foi anunciado na quinta-feira pelo presidente russo, Vladimir Putin, e confirmado pelo Exército sírio e pela oposição.
"Uma hora antes do início do cessar-fogo, as frentes estavam em calmaria, à exceção de alguns foguetes lançados contra a cidade de Aleppo (norte) e dois foguetes que caíram nos subúrbios de Damasco", indicou o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, classificou a trégua como uma "oportunidade histórica" para pôr fim aos seis anos de conflito.
"De maneira alguma, deve-se deixar passar essa oportunidade. É uma oportunidade histórica", declarou Erdogan, em entrevista coletiva em Ancara.
Para o chanceler sírio, Walid Muallem, é uma "verdadeira oportunidade" para chegar a "uma solução política".
Os Estados Unidos receberam bem o anúncio, manifestando seu desejo de que a trégua seja "respeitada por todas as partes" do conflito.
"As informações relativas a um cessar-fogo na guerra civil na Síria representam uma evolução positiva (...) Todo esforço para deter a violência, salvar vidas e criar as condições para negociações políticas renovadas e construtivas é bem-vinda", reagiu o porta-voz do Departamento de Estado americano, Mark Toner.
O enviado da ONU para Síria, Staffan de Mistura, saudou o acordo e expressou sua esperança de que permita oferecer ajuda aos civis nesse país.