REPRESSÃO

Polícia turca usa balas de borracha para impedir parada gay

Este é o terceiro ano consecutivo que as autoridades proíbem a manifestação

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Publicado em 25/06/2017 às 14:21
Foto: BULENT KILIC / AFP
Este é o terceiro ano consecutivo que as autoridades proíbem a manifestação - FOTO: Foto: BULENT KILIC / AFP
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A polícia turca utilizou balas de borracha neste domingo (25) para impedir a realização da Parada do Orgulho Gay, que havia sido proibida pelas autoridades com a alegação de motivos de segurança.

Os policiais atiraram contra 40 manifestantes nas imediações da Praça Taksim, em Istambul.

Pequenos grupos de manifestantes se reuniram na praça, mas o número de policiais era maior que o de ativistas, de acordo com testemunhas. Quatro pessoas foram detidas. 

Este é o terceiro ano consecutivo que as autoridades proíbem a parada gay.  Os organizadores criticaram o veto oficial. "Não estamos assustados, estamos aqui, não mudaremos", afirmou em um comunicado o comitê que organiza a marcha. 

"Vocês estão assustados, vocês mudarão e se acostumarão a isso (...) Estamos aqui mais uma vez para mostrar que lutaremos de maneira determinada por nosso orgulho", completaram. 

Em 2014, a Parada do Orgulho Gay de Istambul atraiu dezenas de milhares de pessoas e se tornou um dos maiores eventos LGBTI (lésbicas, gays, transexuais, bissexuais e intersexuais) do Oriente Médio. 

A marcha não ocorre em Istambul desde 2015 quando, segundo a associação LGBTI, as autoridades a proibiram porque coincidia com o mês do Ramadã.

Em 2016, a manifestação foi proibida alegando motivos de segurança, já que o país acabava de sofrer vários atentados relacionados ao grupo extremista Estado Islâmico (EI) e aos separatistas curdos.

A polícia utilizou gás lacrimogêneo e balas de borracha nos últimos dois anos para dispersar os manifestantes que não aceitaram a proibição. 

CELEBRAÇÃO

Este ano, o desfile coincide com o Eid al Fitr, dia que marca o fim do Ramadã, o mês do jejum sagrado muçulmano. 

Antes a prefeitura de Istambul anunciar a proibição, vários grupos conservadores e de extrema-direita fizeram ameaças contra os organizadores. 

Críticos acusam o presidente Recep Tayyip Erdogan de liderar um processo de islamização da Turquia desde que chegou ao poder em 2003.    

Seus comentários muito conservadores sobre sexo e família revoltaram os ativistas, apesar de Erdogan sempre evitar falar em público sobre questões relacionadas com a homossexualidade. 

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