A ex-ministra francesa Simone Veil, promotora da lei que descriminalizou o aborto na França em 1974 e uma das mais queridas figuras públicas do país, faleceu aos 89 anos, nesta sexta-feira (30) - anunciou seu filho Jean Veil à AFP.
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"Minha mãe morreu esta manhã em casa. Teria completado 90 anos em 13 de julho", declarou o advogado.
Grande figura da vida política francesa, essa acadêmica sobreviveu ao campo de extermínio de Auschwitz, para onde foi deportada aos 16 anos, e encarnava, para os franceses, a memória do Holocausto.
Conhecida por sua força, Simone vinha com a saúde fragilizada há vários anos. Em meados de 2016, foi internada por problemas respiratórios.
Pêsames
Pelo Twitter, o presidente francês, Emmanuel Macron, enviou de imediato uma mensagem de pêsames para a família.
"Que seu exemplo possa inspirar nossos compatriotas, que encontrarão nele o melhor exemplo da França", tuitou.
Em nota à AFP, o agora ex-presidente François Hollande também homenageou uma mulher que "encarnou a dignidade, o valor e a integridade".
"A França perde uma mulher excepcional, uma grande testemunha e uma militante da memória da Shoa", afirmou o presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França (Crif), Francis Kalifat.
Essa centrista histórica, membro do Conselho Constitucional de 1998 a 2007, entrou na política em 1974, como ministra da Saúde no governo de Jacques Chirac, momento em que ganha notoriedade ao promover a lei sobre a interrupção voluntária da gravidez, aprovada nesse mesmo ano e que levaria seu nome.