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Polícia detém dezenas de jovens em passeata contra Maduro na Venezuela

''Levaram cerca de 20 ou 30 pessoas. Foram em um caminhão que não tinha placa nem nada'', disse uma testemunha

AFP
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Publicado em 30/06/2017 às 7:01
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''Levaram cerca de 20 ou 30 pessoas. Foram em um caminhão que não tinha placa nem nada'', disse uma testemunha - FOTO: Foto: AFP
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A polícia deteve dezenas de jovens venezuelanos que participavam de uma passeata que tentava chegar, nesta quinta-feira, à sede do Poder Eleitoral em Caracas, e foi dispersada com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha.

"Levaram cerca de 20 ou 30 pessoas. Foram em um caminhão que não tinha placa nem nada. Onde estão estes estudantes? O que vai acontecer com eles? Estão desaparecidos" - disse à AFP uma mulher que testemunhou a operação. 

Vídeos publicados pela imprensa local mostram o momento em que os jovens são detidos - muitos vestindo camisas com emblemas de universidades venezuelanas - e colocados algemados em um caminhão em uma avenida do leste da capital.

"São 31 os estudantes (a maioria da Universidade Simón Bolívar) detidos (...) Há dois adolescentes", reportou no Twitter Alfredo Romero, diretor da ONG Foro Penal.

O vice-presidente do Parlamento, Freddy Guevara, declarou à AFP que a polícia deteve os jovens em um banco onde se protegiam do gás lacrimogêneo. 

"Disseram para que saíssem tranquilos, que não haveria problema, mas quando saíram, inclusive com pessoas que estavam no banco, foram todos levados...", revelou Guevara.

A passeata em direção ao Poder Eleitoral foi rapidamente reprimida por policiais e militares, confrontados por jovens manifestantes com pedras e coquetéis molotov.

Há quase três meses persiste a atual onda de protestos contra Maduro e sua Constituinte, e pela realização de eleições gerais. 

Protestos já deixaram 81 mortos

Os protestos já deixaram 81 mortos e mais de mil feridos, incluindo 853 pessoas lesionadas pela ação das forças de segurança, segundo a Procuradoria.  

"A justiça chegará para os que violam os direitos humanos (...). A agenda da rua continua", afirmou a líder estudantil Rafaela Requesens.

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