Um condenado à morte que sofria de doenças psiquiátricas e era acusado de matar um guarda de prisão e um policial durante uma fuga foi executado na noite desta quinta-feira, após o governador da Virgínia, nos EUA, negar seu perdão.
William Morva, um cidadão húngaro e americano de 35 anos, recebeu a injeção letal à 01H15 GMT (22H15 em Brasília), anunciaram as autoridades penitenciárias estaduais.
"Os registros que tenho diante de mim não trazem evidências suficientes para garantir a medida extraordinária de reverter a decisão de um júri legalmente escolhido em um julgamento conduzido de forma apropriada", disse o governador do estado, Terry McAuliffe, que afirmou ser pessoalmente contrário às penas capitais, mas autorizou duas execuções.
McAuliffe declarou que ele e sua equipe jurídica examinaram o caso e concluíram que "Morva teve um julgamento justo e que o júri ouviu informações substanciais sobre sua saúde mental enquanto estudava para decidir sua sentença".
Morva foi preso em 2000 por tentativa de assalto à mão armada e, em agosto de 2006, enquanto estava no hospital para tratar de feridas leves, bateu em um policial que o vigiava, pegou a sua arma e atirou em um guarda da segurança, Derrick McFarland, matando-o.
No dia seguinte, em uma perseguição no campus universitário de Virginia Tech, matou outro policial, Eric Sutphin.
Morva foi condenado à morte em 2008, apesar de ter sido diagnosticado com uma doença similar à esquizofrenia.
Defesa
Os advogados de Morva afirmavam que ele sofria há muito tempo de delírios que lhe impediam de entender as consequências de suas ações e que os jurados não tiveram um relato preciso de seus transtornos psiquiátricos durante o julgamento.
O governador se recusou a salvar Morva um dia após dois especialistas em Direitos Humanos da ONU pedirem que ele perdoasse o condenado, expressando sua preocupação de que o julgamento não tenha "respeitado as regras de equidade".