PALESTINA

Jerusalém poderá ser reconhecida como capital de Israel

O presidente palestino se pronunciou neste domingo (03) contra o movimento americano em reconhecer Jerusalém como capital

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Publicado em 03/12/2017 às 15:19
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O presidente palestino se pronunciou neste domingo (03) contra o movimento americano em reconhecer Jerusalém como capital - FOTO: Foto: AFP/Yasser al-Zayyat
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O presidente palestino alertou neste domingo (03) que o reconhecimento americano de Jerusalém como capital de Israel prejudicaria os incipientes esforços da Casa Branca para buscar paz no Oriente Médio.

Os comentários do presidente Mahmoud Abbas vieram em meio a um impulso diplomático do líder palestino para reunir o apoio internacional contra o possível movimento americano.

"Qualquer passo americano relacionado ao reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, ou a mudança da Embaixada dos Estados Unidos para Jerusalém, representa uma ameaça para o futuro do processo de paz e é inaceitável para os palestinos, árabes e internacionalmente", disse Abbas a grupo de legisladores árabes que visitam Israel, de acordo com a agência oficial de notícias Wafa.

Autoridades americanas dizem que o presidente Donald Trump pode reconhecer Jerusalém como a capital de Israel nesta semana como forma de compensar sua provável decisão de atrasar sua promessa de campanha de mover a embaixada dos EUA.

Israel considera Jerusalém como sua capital, com a maioria das funções governamentais, incluindo o gabinete do Primeiro-Ministro, a Suprema Corte e o parlamento, localizados na cidade sagrada.

Mas a comunidade internacional diz que o status da cidade deve ser determinado através de conversações de paz. Os palestinos consideram o leste de Jerusalém, capturado por Israel em 1967, como sua capital.

O porta-voz de Abbas, Nabil Abu Rdeneh, disse ontem que o presidente esteve em contato com líderes árabes e mundiais para reunir oposição contra qualquer movimento americano em Jerusalém Ele disse que Abbas tinha estado em contato com líderes do Egito, Jordânia, Arábia Saudita, Qatar, Kuwait e França.

"Nós acreditamos que esse passo americano, se acontecer, colocará a região em um novo curso e uma fase perigosa cujos resultados não podem ser controlados", disse ele.

A Casa Branca, liderada pelo conselheiro de Trump e seu genro, Jared Kushner, realizou meses de reuniões com líderes da região antes da iniciativa de paz esperada. Embora a proposta seja de âmbito regional, pouco se sabe sobre os detalhes, incluindo se Trump continuará as políticas dos antecessores recentes em apoiar a noção de um estado palestino independente.

Na agenda de Kushner deste domingo está um discurso no Fórum Saban, uma conferência anual sobre política no Oriente Médio em Washington, para discutir as propostas de paz para a região.

Diante da intenção demonstrada por Kushner, o principal negociador palestino, Saeb Erekat, exortou os EUA a não avançarem com qualquer mudança no status de Jerusalém.

Ao fazê-lo, ele disse, "Eu não só vou promover a anarquia internacional e o desrespeito às instituições e leis globais, mas ficará desqualificado para desempenhar qualquer papel em qualquer iniciativa para alcançar uma paz justa e duradoura".

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