ASSÉDIO NA FORD

Ford pede perdão após notícias de assédio sexual em suas fábricas

O diretor-executivo na empresa pediu desculpas e lamentou todos os casos

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Publicado em 22/12/2017 às 17:20
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A Ford anunciou em janeiro o fim de uma história de um século de produção de carros no Brasil - FOTO: Foto: AFP
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O diretor-executivo da Ford desculpou-se com as funcionárias de duas fábricas em Chicago e prometeu mudanças depois da publicação de um artigo que mencionou casos de assédio sexual e supostos abusos contra elas.

O The New York Times publicou nesta semana uma investigação sobre maus-tratos e assédio exercido contra mulheres empregadas em fábricas da Ford nos Estados Unidos que remontam à década de 1990. 

Mais de 70% dos trabalhadores atuais ou ex-funcionários denunciam uma cultura particularmente hostil contra as colaboradoras mulheres da empresa.

Em carta aberta aos funcionários, enviada na quinta-feira, o CEO do grupo, Jim Hackett, disse ter "lido e relido esse artigo", que considerou "pungente". 

"Lamento por todos estes casos nos quais uma colega foi vítima de assédio ou comportamento discriminatório", escreveu, prometendo "tolerância zero" para o assédio sexual.

"Em nome dos funcionários da Ford Motor Company e no meu, que condenamos este tipo de comportamento e rejeitamos qualquer forma de assédio, peço-lhes perdão. Mais importante ainda, prometo aprender a lição com este assunto e melhorar as coisas". 

As revelações se somam à já longa lista de locais de trabalho onde foram denunciados casos de abuso e assédio sexual desde que surgiu a campanha #MeToo (Eu Também) contra o assédio, lançada a partir do escândalo de Harvey Weinstein e que incentiva as mulheres vítimas deste crime a fazerem denúncias públicas.

Na Ford, o assédio teria ocorrido em diferentes fabricas e, em alguns casos, sistematicamente, segundo o NYT. 

Uma funcionária contou ter sido pressionada por um supervisor, que a forçou a manter relações sexuais em troca de melhores condições de trabalho.

Hackett anunciou que visitaria as fábricas afetadas em Chicago. 

A Ford instaurou políticas nos últimos tempos para mudar a cultura da empresa em suas fábricas, fechando acordos com a autoridade de supervisão e discriminação no trabalho e criando um fundo de 10 milhões de dólares para ajudar as mulheres vítimas de discriminação.

A Ford e o sindicato de trabalhadores do setor automotivo também investiram em capacitação.

No entanto, segundo o The New York Times, a empresa tem demorado em sancionar os culpados e não ofereceu uma formação especificamente dedicada à prevenção do assédio sexual.

"Prometemos que não haverá represálias contra quem denunciar os fatos. Ninguém está acima da lei, independentemente de seu lugar dentro da hierarquia", disse Hackett.

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