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EUA lançam grupo dedicado à expansão do acesso à Internet em Cuba

O grupo vai analisar os 'desafios tecnológicos e as oportunidades' para expandir o acesso à rede no país vizinho

AFP
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Publicado em 07/02/2018 às 18:42
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
O grupo vai analisar os 'desafios tecnológicos e as oportunidades' para expandir o acesso à rede no país vizinho - FOTO: Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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Os Estados Unidos lançaram nesta quarta-feira (7) um grupo que analisará os "desafios tecnológicos e as oportunidades" para expandir o acesso à Internet em Cuba, uma iniciativa que Havana rejeita.

Apesar dos esforços do governo cubano para desenvolver áreas Wi-Fi, o governo americano considera a ilha como um dos países menos conectados do mundo devido ao custo do serviço, as ainda escassas conexões nos lares e a ausência de uma rede móvel. 

Segundo dados oficiais, 40% dos 11 milhões de cubanos acessaram a Internet em 2017 por meio de redes físicas ou áreas Wi-Fi. 

A Empresa de Telecomunicações de Cuba (Etecsa, estatal) planeja comercializar este ano o serviço de Internet em celulares.

A "Força-Tarefa sobre Internet em Cuba", dirigida pelo diplomata americano John Creamer, subsecretário adjunto da Divisão do Hemisfério Ocidental, quer levar recomendações políticas em um prazo de um ano ao secretário de Estado, Rex Tillerson.

O grupo inclui funcionários dos Departamentos de Estado e de Comércio, a Agência de Desenvolvimento Internacional (USAID), a Comissão Federal de Comunicações, e entidades como a rádio e TV Martí e o centro de análises Freedom House.

De acordo com o plano aprovado, este grupo será dividido em duas subcomissões - uma dedicada à expansão do acesso à Internet e outra para a liberdade de informação no país - que deverão apresentar rascunhos com propostas em um prazo de seis meses para realizar uma nova reunião em outubro.

Neste calendário, "o objetivo é apresentar ao secretário Tillerson um papel de recomendações de política em fevereiro do ano que vem", declarou Creamer.

Oposição

Vinte representantes de grupos opositores cubanos e entidades locais que promovem a plena restituição das relações diplomáticas entre os dois países participaram da primeira reunião pública do grupo, realizada no Departamento de Estado.

No entanto, representantes da sociedade civil americana não pareceram impressionados com os objetivos apresentados.

A ativista Cheryl LaBash apontou que em sua cidade, Detroit, "em 2015 cerca de 40% da população tampouco tinha acesso à Internet. Acho que a melhor forma de melhorar o acesso à Internet em Cuba seria negociar com o governo cubano de maneira respeitosa".

"Alguns de vocês já esteve em Cuba?", perguntou LaBash aos integrantes do grupo, cujo silêncio serviu de resposta.

Em 31 de janeiro, Cuba protestou na embaixada americana em Havana contra a iniciativa, que considera uma violação "da competência nacional para regular os fluxos de informação e o uso dos meios de difusão em massa".

O Ministério cubano das Relações Exteriores pediu ao Departamento de Estado que "cesse suas ações subversivas, ingerencistas e ilegais".

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