ATENTADO

Ataque suicida mata 26 pessoas durante o Ano Novo persa no Afeganistão

É o quinto ataque na capital afegã nas últimas semanas. Esse, sendo reinvindicado pelo Estado Islâmico

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Publicado em 21/03/2018 às 11:56
Foto: SHAH MARAI / AFP
É o quinto ataque na capital afegã nas últimas semanas. Esse, sendo reinvindicado pelo Estado Islâmico - FOTO: Foto: SHAH MARAI / AFP
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Ao menos 26 pessoas, em sua maioria adolescentes, morreram nesta quarta-feira (21) quando um suicida a pé detonou seus explosivos diante da Universidade de Cabul, onde era celebrado o Noruz, a festa do Ano Novo persa, informou o ministério do Interior.

Este ataque, o quinto na capital afegã nas últimas semanas, foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), informou o grupo de inteligência SITE, órgão especializado na vigilância dos sites islamitas.

Por sua vez, os talibãs negaram qualquer envolvimento no ataque.

"O agressor explodiu seu colete em meio à multidão. A maioria das vítimas estava celebrando o Noruz", afirmou à AFP Nasrat Rahimi, adjunto al porta-voz do ministério do Interior.

Outras 18 pessoas ficaram feridas e eram adolescentes em sua maioria, acrescentou.

O balanço pode aumentar. De fato, o ministério da Saúde fala de 29 o número de mortos e 52 os feridos.

Segundo Rasrat Rahimi, o atentado aconteceu ante um hospital situado frente à Universidade de Cabul, e a menos de 200 metros de Karte Sakhi, um mausoléu onde inúmeros afegãos se reúnem para comemorar o Noruz.

O atentado é "um crime contra a Humanidade", declarou o presidente afegão Ashraf Ghani em um comunicado.

O ataque aconteceu quatro dias depois de um atentado suicida na capital, reivindicado dessa vez pelos talibãs. Duas pessoas morreram e várias ficaram feridas.

10.000 civis mortos

Em 2017, mais de 10.000 civis morreram ou foram feridos em atos de violência no Afeganistão, de acordo com números da ONU. Do total, 2.300 morreram ou foram feridos em atentados, o balanço mais grave até agora.

Desde que o EI estabeleceu presença no país em 2015, a minoria xiita - três milhões entre quase 30 milhões de afegãos - se tornou um alvo recorrente de ataques.

Em outubro de 2016, o EI atacou o mesmo mausoléu Karte Sakhi, matando 18 pessoas reunida por causa da Ashura, uma celebração religiosa especialmente importante para a comunidade xiita.

Na segunda, a explosão de uma moto-bomba em Jalalabad, cidade do leste do país, deixou quatro mortos e dez ferido.s

Medidas de segurança extras foram implementadas antes do Noruz, mas os atentados se multiplicam em Cabul, convertido num dos lugares mais perigosos do Afeganistão.

Na semana passada, o general John Nicholson, comandante das forças armadas americanas e da Otan no Afeganistão, declarou que a proteção da capital afegã é uma prioridade.

No final de janeiro, o presidente Ashraf Ghani propôs aos talibãs iniciar conversações de paz, mas os rebeldes receberam friamente a proposta.

Os talibãs reconquistaram muito terreno desde o final da missão de combate da Otan em 2014, e aplicaram duros golpes às forças de segurança afegãs.

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