Nações Unidas

ONU admite estar perdendo 'luta contra fome no Iêmen'

A ONG Save the Children advertiu que mais de cinco milhões de crianças estão sob risco de morte por desnutrição no país

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Publicado em 21/09/2018 às 23:41
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A ONG Save the Children advertiu que mais de cinco milhões de crianças estão sob risco de morte por desnutrição no país - FOTO: Foto: SALEH AL-OBEIDI / AFP
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As Nações Unidas estão perdendo "a luta contra a fome" no Iêmen, admitiu nesta sexta-feira (21) o vice-secretário-geral para questões humanitárias da ONU, Mark Lowcock, em depoimento ao Conselho de Segurança. 

"A situação é muito sombria. Estamos perdendo nossa luta contra a fome e a situação está piorando de maneira alarmante nas últimas semanas", declarou. 

Há dois dias, a ONG Save the Children advertiu que mais de cinco milhões de crianças estão sob risco de morte por desnutrição naquele país. 

"Poderemos chegar a um ponto sem volta além do qual será impossível evitar numerosas perdas de vidas devido à fome generalizada", advertiu Lowcock em reunião de emergência do Conselho de Segurança convocada pelo Reino Unido. 

O governo iemenita, apoiado desde 2015 por uma coalizão liderada pela Arábia Saudita, luta contra os rebeldes huthis, que controlam o norte do país com o apoio do Irã. 

A partir de março de 2015, ao menos 10 mil pessoas morreram no Iêmen - a maioria civis - e mais de 56 mil ficaram feridas no conflito.

Cólera

O Iêmen também é ameaçado por uma terceira onda de cólera. 

O país enfrenta "a pior crise humanitária do planeta". "Mais de 22 milhões de pessoas precisam de ajuda" no Iêmen, incluindo "18 milhões" em "insegurança alimentar". "Mais de 8 milhões" vivem "em insegurança alimentar severa, sem saber quando terão a próxima refeição, e necessitam de ajuda  humanitária de emergência para sobreviver", afirmou Lowcock. 

Para se "evitar um colapso total e preservar as vidas de milhões de pessoas", o Conselho de  Segurança deve apoiar a realização de negociações políticas e adotar "medidas imediatas para estabilizar a economia". 

Também deve pressionar "para permitir o acesso às pessoas mais vulneráveis" através dos portos e principais estradas do país e organizar uma "ponte aérea" para as evacuações médicas, concluiu Lowcock.

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