França

Ex-presidente da França deve ir a julgamento por financiamento irregular de campanha

Os promotores afirmam que Sarkozy gastou quase 43 milhões de euros na campanha para a reeleição

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Publicado em 25/10/2018 às 8:18
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Os promotores afirmam que Sarkozy gastou quase 43 milhões de euros na campanha para a reeleição - FOTO: FREDERICK FLORIN / AFP
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Um tribunal francês rejeitou nesta quinta-feira (25) um recurso apresentado por Nicolas Sarkozy, com o qual o ex-presidente esperava evitar um julgamento por financiamento ilícito da campanha presidencial de 2012.

Sarkozy, que foi presidente da França entre 2007 e 2012, apelará da decisão à Corte de Cassação, o tribunal de última instância na França, anunciaram imediatamente seus advogados.

Superou limite máximo de gastos

O tribunal de apelações de Paris confirmou nesta quarta-feira a decisão de um juiz que determinou, ano passado, que o ex-presidente deve ir a julgamento por ter superado o limite máximo de gastos eleitorais na campanha presidencial de 2012, na qual foi derrotado pelo socialista François Hollande.

Os promotores afirmam que Sarkozy gastou quase 43 milhões de euros (51 milhões de dólares) na campanha para a reeleição, praticamente o dobro do limite legal de 22,5 milhões de euros, por meio de um sistema de falsificação de notas fiscais. 

Também é acusado de ignorar as advertências sobre o risco de que seu partido, a UMP (agora rebatizado com Os Republicanos), poderia ultrapassar o limite legal de gastos, o que ele nega.

Bygmalion

O caso, conhecido como Bygmalion, o nome da agência de comunicação que emitiu as notas falsas, foi revelado em 2014. Executivos da agência e o ex-vice-diretor da campanha de Sarkozy, Jérôme Lavrilleux, admitiram a fraude.

Ex-dirigentes do partido, diretores de campanha e executivos da Bygmalion também terão que prestar contas à justiça por falsificação, fraude ou cumplicidade, abuso de confiança e ocultação. Acusações que não foram confirmadas contra o ex-presidente.

Para o juiz, Sarkozy, agora afastado da política, "sem dúvida se beneficiou das fraudes" para dispor de importantes recursos de campanha, mas destacou que a investigação não estabeleceu que o candidato teria ordenado ou teria sido informado sobre as práticas.

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