O Conselho dos Guardiões da Constituição do Irã rejeitou neste domingo o projeto de lei sobre o financiamento do terrorismo, um texto considerado vital para salvar o acordo nuclear com os parceiros internacionais de Teerã após a saída dos Estados Unidos.
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Este projeto de lei, que visa permitir que o Irã cumpra os padrões internacionais e, assi, aderir à Convenção da ONU para a Supressão do Financiamento do Terrorismo, foi aprovado por 143 votos contra 120 em 7 de outubro pelo Parlamento.
Foi então apresentado ao Conselho dos Guardiões que deve garantir a conformidade com as disposições da Constituição e do Islã
Dominado pelos conservadores, este Conselho afirmou que certos aspectos do projeto de lei eram contrários à lei islâmica e à constituição. Foi, portanto, encaminhado aos legisladores para alterações.
"O Conselho dos Guardiões revisou o projeto durante várias sessões (...) e identificou falhas e ambiguidades", escreveu o porta-voz do Conselho, Abbas Ali Kadkhodaïe, no Twitter.
Financiamento
O projeto de lei contra o financiamento do terrorismo é um dos quatro textos apresentados pelas autoridades iranianas nos últimos meses para responder aos pedidos do Grupo de Ação Financeira (GAFI) e ser retirado da lista negra de países ou territórios não cooperativos. O Irã e a Coreia do Norte são os únicos dois Estados que ainda constam na lista.
O GAFI deu a Teerã até o final de outubro para reforçar sua legislação contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do "terrorismo" antes de conceder um tempo adicional até fevereiro de 2019.
Um projeto de lei anterior, especificamente sobre os mecanismos de controle e prevenção do financiamento do "terrorismo", já foi aprovado em agosto pelo Conselho de Guardiões da Constituição.
Dois outros textos - sobre lavagem de dinheiro e crime organizado - também foram aprovados pelo Parlamento, mas a sua aprovação final continua sujeita à aprovação das mais altas autoridades.