CONFLITO

Policiais e manifestantes entram em confronto após imolação de jornalista na Tunísia

O jornalista Abdel Razzaq Zorgui ateou fogo no próprio corpo nessa segunda-feira (24) para denunciar as difíceis condições de vida na região de Kaserine, centro-leste do país

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Publicado em 25/12/2018 às 16:21
Foto: HATEM SALHI / AFP
O jornalista Abdel Razzaq Zorgui ateou fogo no próprio corpo nessa segunda-feira (24) para denunciar as difíceis condições de vida na região de Kaserine, centro-leste do país - FOTO: Foto: HATEM SALHI / AFP
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Novos confrontos foram registrados nesta terça-feira (25) entre a polícia e manifestantes em Kaserine, Tunísia, depois que um jornalista ateou fogo ao próprio corpo, na noite dessa segunda-feira (24), para denunciar as difíceis condições de vida naquela região do centro-leste do país.

A polícia lançou gás lacrimogêneo para dispersar dezenas de manifestantes após confrontos em frente à sede do governo de Kaserine, localizada a 270 km da capital, e onde havia sido mobilizado um importante dispositivo de segurança.

O jornalista Abdel Razzaq Zorgui, 32, morreu após atear fogo ao próprio corpo, em um protesto contra a difícil situação econômica da região. 

"Para os filhos de Kaserine, que não têm meios de subsistência, vou iniciar hoje uma revolução, vou me imolar com fogo", afirma o jornalista em um vídeo.

O drama provocou a ira dos habitantes daquela cidade. Dezenas de manifestantes queimaram pneus e bloquearam a rua principal do centro de Kaserine nessa segunda-feira. A polícia respondeu com gás lacrimogêneo.

Seis membros das forças de segurança ficaram levemente feridos e nove pessoas foram detidas, segundo o porta-voz do Ministério do Interior, Sofiane al-Zaq.

Comunicado

Em comunicado, o sindicato nacional dos jornalistas, que confirmou a morte, declarou que o profissional planejava organizar uma greve geral no setor de imprensa.

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