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Coronavírus: veja mapa que mostra como a epidemia se espalha pelo mundo

Tecnologia acompanha casos de contágio e mortes ocasionadas pela doença

JC Online
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Publicado em 30/01/2020 às 11:05
SONNY TUMBELAKA / AFP
FOTO: SONNY TUMBELAKA / AFP
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atualizada às 14h23 do dia 26 de fevereiro de 2020

Autoridades sanitárias e civis estão em alerta por conta da infecção provocada pelo coronavírus. A doença já matou mais de duas mil mortes em todo o mundo, segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira (26). O epicentro da doença é a China e a Itália é o país da Europa com o maior número de casos confirmados.

No Brasil, o primeiro caso foi confirmado pelas autoridades nesta quarta-feira (26). O paciente é um homem de 61 anos que chegou da Itália na sexta-feira (21). Com a confirmação, o homem, que deu entrada no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, passa a ser oficialmente o primeiro caso da infecção no Brasil e na América do Sul. Ainda estão em investigação 20 casos suspeitos no seguintes estados: Paraíba (1), Pernambuco (1), Espírito Santo (1), Minas Gerais (2), Rio de Janeiro (2), Santa Catarina (2) e São Paulo (11).

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A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou no dia 30 de janeiro emergência internacional de saúde devido ao novo coronavírus.

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Com a intenção de acompanhar os casos de contágio e mortes ocasionadas pelo coronavírus, com localizações exatas dos registros da doença, o Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas da Universidade Johns Hopkins, de Baltimore, nos Estados Unidos, criou um mapa dinâmico que é atualizado em tempo real, e já se tornou uma das principais fontes de informação sobre abrangência da doença.

Atualizado diariamente e com acesso público e gratuito, o Wuhan Coronavirus Global Cases oferece o número de ocorrências por estados e países, a quantidade de casos confirmados, de óbitos e de pacientes recuperados, além da evolução do surgimento de novos casos da doença, conhecida desde 1960 e que voltou a assombrar a saúde pública mundial.

Confira

Países afetados

BRASIL

1 caso

CHINA (Incluindo Hong Kong, Macau e Taipei)

77.780 casos confirmados e 2.666 mortes

 

REPÚBLICA DA COREIA

977 casos confirmados e dez mortes

JAPÃO

157 casos e uma morte

SINGAPURA

90 casos

AUSTRÁLIA

22 casos

MALÁSIA

22 casos

VIETNÃ

16 casos

FILIPINAS

3 casos

CAMBOJA

1 caso

TAILÂNDIA

37 casos

ÍNDIA

3 casos

NEPAL

1 caso

SRI LANKA

1 caso

ESTADOS UNIDOS

53 casos

CANADÁ

10 casos

ITÁLIA

229 casos

ALEMANHA

16 casos

FRANÇA

12 casos

REINO UNIDO

13 casos

ISRAEL

2 casos

FEDERAÇÃO RUSSA

2 casos

ESPANHA

2 casos

BÉLGICA

1 caso

FINLÂNDIA

1 caso

SUÉCIA

1 caso

IRÃ

61 casos

EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

13 casos

BAHREIN

8 casos

KUWAIT

8 casos

OMÃ

2 casos

AFEGANISTÃO

1 caso

EGITO

1 caso

IRAQUE

1 caso

LÍBANO

1 caso

*As informações são da Organização Pan-Americana de Saúde e o número de casos cresce diariamente 

Transmissão

Os cientistas do Imperial College de Londres estimam que "em média, cada caso (de um paciente portador do novo coronavírus) infectou 2,6 pessoas a mais". 

Chamada de "taxa básica de reprodução" ou R0, essa medida é importante para entender a dinâmica de uma epidemia. 

No caso da Sars, estima-se que cada caso tenha infectado uma média de 2 a 3 pessoas (como a gripe), mas com grandes disparidades: havia "super transmissores" capazes de contaminar dezenas de pessoas. 

No caso do novo vírus, há uma pergunta crucial: em que estado de infecção o paciente se torna contagioso. "O contágio é possível durante o período de incubação", ou seja, antes mesmo que os sintomas apareçam, disse Ma Xiaowei, diretora da Comissão Nacional de Saúde da China, no domingo. "É muito diferente da Sars", insistiu. 

Essa hipótese, no entanto, baseia-se na observação de vários primeiros casos e ainda não está confirmada. 

"Se isso for incomum, terá um impacto mínimo na evolução da epidemia, mas se for frequente, será cada vez mais difícil de controlar", explica o virologista Jonathan Ball, da Universidade de Nottingham (Inglaterra). 

Acima de tudo, dado que o período de incubação pode ser prorrogado até duas semanas, segundo estimativas. Se essa hipótese for confirmada, "medidas como controle de temperatura nos aeroportos seriam ineficazes", disse a professora britânica Sheila Bird.

Sintomas

A doença causada pelo novo coronavírus e a Sars apresentam sintomas comuns, de acordo com a observação dos 41 primeiros casos detectados na China. 

Todos os pacientes sofriam de pneumonia, quase todos tinham febre, três em cada quatro tossiam e mais da metade apresentava dificuldades respiratórias. 

Mas "existem diferenças notáveis com a Sars, como a ausência de sintomas que afetam as vias aéreas superiores (congestão nasal, dor de garganta, espirros)", diz o Dr. Bin Cao, principal autor desses trabalhos publicados na revista The Magazine Lancet.

A idade média dos 41 pacientes é de 49 anos, e menos de um terço sofreu doenças crônicas (diabetes, problemas cardiovasculares...). Quase um terço teve uma condição respiratória aguda e seis morreram. 

Embora não se possam tirar conclusões gerais devido aos poucos pacientes controlados do novo coronavírus, essas observações permitem elaborar um primeiro quadro clínico da doença - que já matou dezenas, principalmente na China - pois a nova infecção apresenta sintomas semelhantes aos da gripe de inverno, dificultando o diagnóstico. 

Não existe vacina ou medicamento para o coronavírus e a assistência médica é para tratar os sintomas.

Controle da epidemia

A epidemia de Sars foi contida em vários meses, graças à extensa mobilização internacional. A China impôs rígidas medidas de higiene à sua população, além de dispositivos de isolamento e quarentena. 

O país também proibiu o consumo de gatos da algália, um mamífero pelo qual o vírus foi transmitido ao homem. 

No caso do novo vírus, não se sabe até agora qual animal desempenha esse papel intermediário. Enquanto isso, a China proibiu o comércio de todos os animais selvagens.

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Turistas chineses em Dempassar, na Indonésia - SONNY TUMBELAKA / AFP
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Pedestres usam máscaras durante feriado do Ano Novo Chinês, em Hong Kong - ANTHONY WALLACE / AFP
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Turistas chineses em Dempassar, na Indonésia - SONNY TUMBELAKA / AFP
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Casal usando máscaras no metrô de Hong Kong, na China - Anthony WALLACE / AFP
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Passageiros usando máscaras aguardam por trem na plataforma em Hong Kong - Anthony WALLACE / AFP
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Passageiros usando máscaras viajam em trem durante feriado de Ano Novo Chinês - Anthony WALLACE / AFP
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Homem usando máscaras sentado em um banco enquanto aguarda por trem - Anthony WALLACE / AFP
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Turista chinês usa máscara para se proteger do coronavírus em Dempanssar, na Indonésia - SONNY TUMBELAKA / AFP
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Passageiros usando máscaras aguardam por trem na plataforma em Hong Kong - Anthony WALLACE / AFP

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