SAÚDE

Navio registra 20 passageiros com coronavírus; número de mortos sobe para 563

Com isso, já são 28.018 infectados na China, com 3.694 novos casos registrados

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Publicado em 06/02/2020 às 7:37
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O número de casos declarados de coronavírus em um cruzeiro com 3.700 pessoas de dezenas de nacionalidades em quarentena em frente à costa japonesa dobrou nessa quarta, 5, passando para 20, segundo reportaram os meios de comunicação japoneses, citando autoridades sanitárias. Com isso, já são 28.018 infectados na China, com 3.694 novos casos registrados, informou nesta quinta-feira a Comissão Nacional de Saúde.

A quarentena e as restrições na China e no resto do mundo para tentar controlar a epidemia de pneumonia viral que já matou ao menos 563 pessoas e se espalhou por vinte países.

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Após Wuhan e a província de Hubei (centro) serem fechadas, afetando 56 milhões de pessoas, um número crescente de cidades do leste da China impõem restrições aos deslocamentos a outras dezenas de milhões de pessoas.

Em Wuhan, as autoridades admitiram uma falta "severa" de leitos, "equipamento e material" e que os médicos estão sobrecarregados.

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A OMS pediu nesta quarta 675 milhões de dólares à comunidade internacional e anunciou o envio a 24 países de 500.000 máscaras cirúrgicas e 350.000 pares de luvas, assim como 250.000 kits de detecção do vírus para mais de 70 laboratórios de todo o mundo.

A fundação Bill e Melinda Gates se comprometeu nesta quarta-feira a investir 100 milhões de dólares na luta contra o novo coronavírus, dos quais US$ 60 milhões serão consagrados à busca de uma vacina, tratamentos e utensílios de diagnóstico.

Aumenta o balanço de vítimas 

O número de casos da doença é de 28.018 na China continental (sem contar Hong Kong e Macau), com 3.694 casos declarados em um só dia, informou a Comissão Nacional de Saúde. 

Em seu relatório diário sobre a epidemia, a Comissão também registrou 73 mortes, incluindo 70 na província de Hubei, onde a doença surgiu, elevando o número total de mortes no país para 563.

Cerca de 200 casos foram confirmados fora da China continental em cerca de 20 países e territórios autônomos chineses, entre eles Hong Kong, que registrou seu primeiro morto nesta terça-feira.

Nos Estados Unidos foi identificado um novo caso no estado do Wisconsin em um adulto que havia estado em Pequim.

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Dois aviões militares da Força Aérea Brasileira (FAB) decolaram para repatriar brasileiros confinados em Wuhan e outros dois aviões americanos repatriaram cidadãos dos Estados Unidos, que vão enviar mais dois aviões na sexta-feira para o mesmo propósito.

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Autoridades de Hong Kong fecharam na prática todas as passagens fronteiriças com o resto do país e imporão a partir de sábado uma quarentena de duas semanas a todos os visitantes provenientes da China.

As companhias aéreas americanas United e American Airlines anunciaram nesta quarta a suspensão dos voos para Hong Kong após terem suspendido os da China continental, e a Indonésia interrompeu os voos com a China, deixando em solo milhares de turistas chineses em Bali. 

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Turistas chineses em Dempassar, na Indonésia - SONNY TUMBELAKA / AFP
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Pedestres usam máscaras durante feriado do Ano Novo Chinês, em Hong Kong - ANTHONY WALLACE / AFP
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Turistas chineses em Dempassar, na Indonésia - SONNY TUMBELAKA / AFP
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Casal usando máscaras no metrô de Hong Kong, na China - Anthony WALLACE / AFP
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Passageiros usando máscaras aguardam por trem na plataforma em Hong Kong - Anthony WALLACE / AFP
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Passageiros usando máscaras viajam em trem durante feriado de Ano Novo Chinês - Anthony WALLACE / AFP
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Homem usando máscaras sentado em um banco enquanto aguarda por trem - Anthony WALLACE / AFP
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Turista chinês usa máscara para se proteger do coronavírus em Dempanssar, na Indonésia - SONNY TUMBELAKA / AFP
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Passageiros usando máscaras aguardam por trem na plataforma em Hong Kong - Anthony WALLACE / AFP

Ruas desertas

Na China, onde as medidas de confinamento se intensificam, várias cidades da província de Zhejiang (leste), a centenas de quilômetros de Wuhan, decretaram novas restrições a deslocamentos.

Em Hangzhou, uma metrópole tecnológica e turística, 150 km a sudoeste de Xangai, que registrou 200 casos, interrupções de ruas impediam a circulação até a sede da gigante do comércio online Alibaba, e a cidade só autoriza a saída de uma pessoa por residência a cada dois dias para se abastecer.

"Por favor, não saiam! Não saiam! Não saiam!", repetia um alto-falante em Hangzhou, exortando o uso de máscaras, lavar as mãos regularmente e reportar qualquer caso em Hubei, ante o temor de que infecte outras pessoas.

Em Zhumadian, Henan, província fronteiriça com Hubei, apenas uma pessoa por residência pode ir à rua a cada cinco dias e compensações financeiras são prometidas a quem denunciar pessoas procedentes de Hubei.

"Devemos adotar medidas drásticas para combater e eliminar todo tipo de ação perturbadora realizada por forças hostis", informou nesta quarta o ministério de Segurança Pública.

Diante das fortes críticas por sua gestão da crise, o governo reconheceu "erros".

Wuhan, cujo sistema de saúde está sobrecarregado, recebeu na terça-feira os primeiros doentes em um novo hospital construído em dez dias e que conta com mil leitos.

Outro hospital deste tipo abrirá as portas em breve, enquanto outros oito edifícios eram adaptados para receber os doentes.

Airbus paralisada

Paralisada pelas restrições e praticamente isolada do mundo, a economia chinesa poderia sofrer as consequências durante muito tempo. As férias por ocasião do Ano Novo se estenderam até o próximo fim de semana em várias províncias e as fábricas ficarão fechadas até pelo menos 9 de fevereiro.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, assegurou nesta quarta que a propagação do novo coronavírus chinês adiciona uma "nova dose de incerteza" ao crescimento econômico.

A fabricante europeia de aviões, Airbus, anunciou nesta quarta-feira que sua cadeia de montagem do A320 em Tianjin, perto de Pequim, continuará fechada por tempo indeterminado.

Diante do avanço da epidemia, os organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio, que serão realizados entre 24 de julho e 9 de agosto, disseram estar "extremadamente preocupados".

Veja mapa que mostra como o coronavírus se espalha pelo mundo

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