Coronavírus

Presidente do Fed diz que monitora os riscos globais do coronavírus

O banco central americano "acompanha de perto a emergência do coronavírus", informou

AFP
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Publicado em 11/02/2020 às 14:11
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O Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) monitora de perto os possíveis impactos econômicos da epidemia de coronavírus que matou mais de 1.000 pessoas na China, disse nesta terça-feira seu presidente, Jerome Powell.

O banco central americano "acompanha de perto a emergência do coronavírus, que pode levar a perturbações na China que afetam o resto da economia global", declarou Powell ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara de Representantes durante a apresentação de um relatório sobre política monetária.
O surgimento do vírus interrompeu fretes da China e suspendeu negócios, o que poderia atrasar o envio de peças cruciais para fabricantes estrangeiros.

Powell fez essas declarações ao Congresso um dia após o presidente Donald Trump apresentar seu projeto orçamentário de US$ 4,8 bilhões.

Segundo Powell, um orçamento "mais sustentável" ajudaria no crescimento econômico dos Estados Unidos, mas ele se mostrou otimista em termos de desempenho econômico, citando a sólida criação de empregos e uma expansão constante.

O presidente do Fed insistiu em sua tese de que os funcionários do governo devem desempenhar um papel na sustentação da economia, bem como de sua instituição, especialmente no caso de um cenário negativo.

As atuais taxas de juros dos Estados Unidos, um indicador crucial para a economia, estão em níveis baixos de entre 1,5% e 1,75%, o que deixa pouco espaço de manobra para o Fed.

"Seria importante que a política fiscal ajude a manter a economia se ela enfraquecer", afirmou Powell.

O déficit econômico deverá ultrapassar a marca de 1 bilhão de dólares este ano.

"Um orçamento federal mais sustentável também poderia ajudar a sustentar o crescimento econômico a longo prazo", afirmou Powell.

Com frequência, Trump reclama do Fed e já atacou Powell com tuítes, chamando-o de incompetente e exigindo uma redução das taxas de juros para estimular o crescimento.

O projeto de orçamento estima que a economia vai acelerar para um crescimento de 3% ao longo de vários anos, uma projeção que alguns economistas consideram irrealista e que a história aponta como improvável, especialmente após uma década de expansão.

Powell sustentou a posição do Fed sobre a política monetária atual, afirmando que "é provável que continue apropriada" e só será alterada se surgirem fatores que forcem uma reavaliação das perspectivas para a economia.

Durante 2019, o lento crescimento e os conflitos comerciais "pesaram sobre a atividade nas fábricas do país", disse Powell.

A incerteza levou a taxas mais baixas três vezes durante 2019 para ajudar a sustentar uma economia em seu décimo primeiro ano consecutivo de crescimento.

O Fed espera que a inflação se aproxime da meta de 2% nos próximos meses.

Em janeiro, o governo concordou com uma trégua comercial com a China que interrompeu a escalada de tarifas e assinou um tratado revisado com o México e o Canadá.

"Algumas das incertezas sobre o comércio diminuíram recentemente", afirmou Powell. "Mas os riscos futuros ainda permanecem".

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