Mais da metade dos candidatos selecionados para novos contratos no Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) neste segundo semestre são do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
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Os dados são de novo balanço do Ministério da Educação. Segundo a pasta, 51,3% dos candidatos selecionados vêm, pela primeira vez, dessas três regiões - sem incluir, porém, o Distrito Federal.
A mudança é um reflexo das novas regras adotadas para o programa neste ano, que passou a priorizar estes locais na oferta de vagas.
No primeiro semestre, quando as regras ainda não eram válidas, o percentual de candidatos selecionados no Norte, Nordeste e Centro-Oeste era de 39,6%.
Na outra ponta, candidatos do Sul, Sudeste e Distrito Federal passaram de 60,4% no primeiro semestre deste ano para 48,7% nesta nova etapa.
"Há uma desconcentração geográfica e que se aproxima do perfil demográfico. É uma política que interioriza", diz o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
Balanço do MEC mostra que 241.283 estudantes se inscreveram para as 61,5 mil vagas. Após a conclusão da seleção, alunos devem agora comprovar renda e finalizar os contratos com agências bancárias credenciadas - para as novas inscrições, o Fies passou a estabelecer um teto máximo do renda familiar per capita de até dois salários mínimos (R$ 1.970).
Segundo o ministro, a pasta estuda novas mudanças para agilizar o processo de comprovação da renda, com apresentação prévia de alguns documentos durante a seleção, por exemplo.
"Se não demonstrar a renda, o aluno pode perder o direito à bolsa. Vamos tentar agilizar esse sistema para não prejudicar a fila", afirma.
NOVAS REGRAS
Além de priorizar a seleção por regiões, os novos critérios do Fies passaram a levar em conta o desempenho dos alunos no Enem e cursos com nota mais alta no CPC (Conceito Preliminar de Curso).
De acordo com o MEC, 25% dos selecionados para novos financiamentos neste semestre são de cursos nota 5. Um percentual que cresceu em relação às últimas etapas: em 2014, era de 8,1%, e no início deste ano, foi de 19,8%.
Já a participação de candidatos com cursos nota 3, tida como patamar mínimo para o financiamento, diminuiu: passou de 51,9% para 41% no início deste ano, e, agora, para 36,1%.
Segundo Mercadante, a mudança deve estimular as instituições a aumentar a qualidade.
"O que se identificava era que o sistema estava se acomodando na nota 3. Isso [mudança] vai estimular o setor a disputar o Fies", diz.
Com os financiamentos do segundo semestre, o Fies terá, em 2015, um total de 313 mil novos contratos –o que corresponde a cerca de 43% dos financiamentos do ano passado, quando esse número chegou a 732 mil. A queda ocorre diante dos cortes no Orçamento neste ano.