ATAQUE

França evita novo atentado e desbarata célula de mulheres extremistas

A polícia francesa está em alerta pelo risco de atentados nas estações de trem de Paris e no subúrbio

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Publicado em 09/09/2016 às 16:00
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A polícia francesa está em alerta pelo risco de atentados nas estações de trem de Paris e no subúrbio - FOTO: Foto: ARIS MESSINIS / AFP
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A polícia francesa desbaratou um novo projeto de atentado depois de descobrir um carro abandonado com seis botijões de gás em pleno centro de Paris, o que levou à prisão de um comando de mulheres que juraram lealdade ao grupo Estado Islâmico.

O anúncio foi feito pelo presidente francês François Hollande, que se encontra em Atenas, onde se encontra para participar em uma cúpula dos países mediterrâneos da União Europeia.

A polícia prendeu na nesta quinta-feira (9) três mulheres radicalizadas envolvidas na  investigação sobre o carro com botijões de gás achado no coração de Paris.

Atentado

O grupo de mulheres, suspeitas de planejar um atentado, teria vínculo com ataques anteriores no país, dirigidos contra um padre e dois policiais, e seriam "guiadas" por extremistas do EI da Síria, segundo declarou o procurador-geral de Paris, François Molins.

Uma das três mulheres presa nos arredores da capital francesa, Sarah H., de 23 anos, era namorada do extremista que matou os policiais em junho, em Magnanville, próximo de Paris, e depois, do autor do ataque em uma igreja do noroeste da França em julho, explicou Molins. Mohammed Lamine A., um homem de 22 anos, também preso na quinta-feira, é o "irmão" de uma pessoa formalmente acusada e presa no auge da investigação do atentado de Magnanville.

"A organização terrorista utiliza não só homens, mas também mulheres, mulheres jovens, que chegam a conhecer e desenvolver seu projeto de maneira virtual", declarou Molins durante uma coletiva de imprensa, onde informou sobre a investigação aberta após encontrarem, no último domingo, um carro carregado com bujões de gás em Paris.

Além do anúncio, Hollande pediu uma "vigilância reforçada".

"O caso já está nas mãos da justiça, e, enquanto presidente da República, quero saudar os serviços de inteligência", declarou.

A mais jovem das detidas, Inés Madani, de 19 anos, ferida a bala pela polícia, é a filha do proprietário do carro, encontrado no domingo nas proximidades da catedral Notre-Dame de Paris.

Uma das mulheres feriu a facadas um policial durante a operação.

O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, chamou as mulheres presas de "radicalizadas, fanáticas" e declarou que elas preparavam "novas ações violentas e, ao que parece, iminentes".

Quatro pessoas foram detidas no centro e no sul da França. "São dois irmãos e suas companheiras", disse à AFP uma das fontes, sem explicar qual seria o papel dessas pessoas neste caso.

Inès Madani tinha antecedentes nos serviços de segurança. A jovem teria manifestado sua intenção de ir para a Sírias. Segundo a rádio RTL, ela e suas cúmplices queriam vingar a morte do porta-voz e número dois da organização jihadista, Abu Mohamed al Adnani.

A morte do estrategista do EI foi anunciada no fim de agosto pelo grupo.

A polícia francesa está em alerta pelo risco de atentados nas estações de trem de Paris e no subúrbio.

Os investigadores ainda tentam entender porque o carro, com o pisca-alerta ligado e sem placa, foi estacionado em pleno Bairro Latino, a poucos metros da catedral de Notre Dame de Paris, visitada por milhares de turistas.

Dentro do veículo foram encontrados cinco botijões de gás e três recipientes de combustível, mas nenhum sistema de detonação foi localizado. 

A França permanece em alerta após uma série de atentados em 2015 e 2016.

Os mais recentes aconteceram em Nice, onde um caminhão atropelou e matou 86 pessoas em 14 de julho, e na região de Rouen (noroeste), onde um padre de 85 anos foi degolado durante uma missa.

O serviço de inteligência teme que, depois do uso de metralhadores, coletes com explosivos e facas, o próximo ataque aconteça com artefatos explosivos em locais de grande fluxo de pessoas.

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