ECONOMIA

Editorial: Setor da construção civil dá indícios de recuperação

O índice de situação atual da Construção Civil, da Fundação Getúlio Vargas, mostra um gráfico auto-explicativo animador para 2019

JC Online
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Publicado em 30/09/2019 às 7:25
Foto: Arquivo/Agência Brasil
Construção também foi autorizada a voltar - FOTO: Foto: Arquivo/Agência Brasil
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O índice de situação atual da Construção Civil, da Fundação Getúlio Vargas, mostra um gráfico auto-explicativo animador – apenas ligeiramente animador – para 2019, agora mais ainda com o acréscimo do crédito imobiliário com recursos da poupança. O gráfico sai de uma linha lá nas alturas em setembro de 2011 – indicadora de que as coisas iam bem na construção civil – vai caindo até o fundo do poço em setembro de 2016 e entra em rota ascendente até setembro de 2019, uma evolução comprovada nos números e naturalmente festejada pelo setor, sobretudo quando a Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança, Abecip, comemora o melhor resultado mensal e, no balanço do ano, um melhor desempenho em relação ao mesmo período de 2018.

Há nesse caso uma combinação virtuosa a começar pelo combate ao déficit habitacional monstruoso de cerca de 8 milhões de moradias – correspondente ao total de habitações de muitos países –, noutra linha, o melhor atendimento a um setor fundamental para a absorção da mão de obra em um momento difícil do País, agravado por mais de 11 milhões de desempregados. A ativação da economia está clara nos números previstos pela Abecip e essa é uma matéria em que não há plano B: a construção civil é um alicerce para alavancar uma economia desaquecida, sobretudo depois da paralisação das obras do Programa Minha Casa, Minha Vida que, como acentua a Fundação Getúlio Vargas, exerceu um papel fundamental de sustentação da atividade.

Por isso, é forçoso acompanhar com muita atenção cada índice atribuído à construção civil, cada Real aplicado no setor, apostando na elevação da confiança dos empresários do setor, como aconteceu no último trimestre do ano passado. Outra não pode ser a expectativa quando se tem como horizonte a queda da taxa básica de juros, a Selic, que age diretamente sobre a estabilidade da inflação e em decorrência estimula o reaquecimento da economia.

PIB da construção civil

Em 2018, o produto interno bruto da construção civil registrou o quinto ano seguido de retração, mas a expectativa é a de que em 2019 esses números negativos fiquem nos registros lastimáveis. A projeção de crescimento de 1,3% é tímida, mas já significa uma mudança de direção. Segundo dados da pesquisa Focus do Banco Central, a expectativa e de que em 2019 o PIB do Brasil cresça 2,8%, um valor significativo em comparação com o crescimento de 1,01% de 2017 e esse é um dos indicadores capazes de elevar a confiança em um setor agora mais aquecido com os recursos da poupança.

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