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Editorial: Apaziguar ânimos é a grande tarefa do novo reitor da UFPE

A disputa ideológica deve dar vez a um debate profundo acerca da eficiência dos recursos públicos aplicados na instituição

JC Online
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Publicado em 14/10/2019 às 7:13
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A disputa ideológica deve dar vez a um debate profundo acerca da eficiência dos recursos públicos aplicados na instituição - FOTO: Foto: Bianca Sousa / JC Imagem
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O reitor escolhido pela comunidade acadêmica e referendado pelo presidente Jair Bolsonaro terá como primeira grande tarefa apaziguar os ânimos internos, focando na solução dos problemas que têm afetado o desempenho da UFPE nos últimos anos. Nomeado na quinta-feira (10), Alfredo Gomes promete recuperar o ambiente de diálogo trincado pela radicalização. O simples fato da confirmação da indicação, como nome preferido na lista tríplice enviada ao Planalto, foi um bom sinal do governo federal para a restauração do diálogo.

A conclamação da união é oportuna, portanto, aproveitando o momento de transição administrativa para buscar melhores condições de trabalho, ensino e pesquisa na UFPE. A disputa ideológica deve dar vez a um debate profundo acerca da eficiência dos recursos públicos aplicados na instituição. Por outro lado, o chamamento à inovação, da parte do novo reitor, mostra o olhar acurado na direção de uma necessidade que abarca toda a educação superior brasileira, pública ou privada.
Com mandato até 2023, Alfredo Gomes tem a chance de afinar o discurso com as demandas acadêmicas, em paralelo à implantação dos programas e diretrizes do Ministério da Educação. Após menos de um ano de governo, com troca de ministros e muita polêmica, o MEC precisa voltar a ter as universidades como aliadas, participantes ativas nas políticas em desenvolvimento para a educação no País.

A coesão da UFPE em torno do novo gestor foi destacada pelo reitor que está saindo, Anísio Brasileiro, que expressou igualmente a satisfação pela escolha do presidente da República, que acatou a decisão da comunidade acadêmica. Essa coesão é fundamental para o propósito da “articulação com a sociedade e o mundo produtivo”, nas palavras de Alfredo Gomes. O novo reitor criticou o isolamento da UFPE, e afirmou que vai trabalhar para resgatar o seu protagonismo. A articulação vai ser promovida em todos os níveis, de acordo com a disposição do novo dirigente da instituição. Para trazer mais recursos, a bancada de Pernambuco no Congresso será acionada.

Desafio de inovar

A ampliação das redes de influência e atuação se inscreve no desafio de inovar, sem tirar da mira as demandas por infraestrutura. Décima colocada no ranking das universidades da Folha de S. Paulo, a UFPE apresenta condições precárias de ensino e pesquisa em diversas áreas. Nos campus do Recife, Vitória de Santo Antão e Caruaru, que reúnem mais de 40 mil alunos, quase 3 mil professores e 4 mil técnicos, não faltam questões urgentes para o novo reitor.

Polo regional de produção e difusão de conhecimento, a UFPE ainda tem muito a aprender quando o assunto é inovação. Para tanto, pode seguir modelos vitoriosos na própria universidade, como o do Centro de Informática, que fez uso de parcerias para se diferenciar e exibir notáveis resultados.

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