ELEIÇÕES

Marina diz que PSDB está acostumado a perder para PT

Em segundo lugar nas pesquisas, Marina Silva dirigiu seus ataques a Aécio Neves

Valéria Oliveira
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Valéria Oliveira
Publicado em 04/10/2014 às 8:05
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Os três principais candidatos à Presidência da República explicitaram ontem, penúltimo dia de campanha antes da votação do 1.º turno, as estratégias que vêm adotando na reta final desta disputa. 

Em segundo lugar nas pesquisas - tem 24% das intenções de voto, segundo o Ibope -, Marina Silva dirigiu seus ataques a Aécio Neves. O tucano, que se mantém com 19% e vem se aproximando do 2.º turno com a queda da candidata do PSB, fugiu da polêmica, já de olho em futuros acordos. Dilma Rousseff, líder da corrida ao Planalto com 40%, disse não ter preferência por adversário numa segunda etapa da campanha, mas, quando falou publicamente, ontem dirigiu suas críticas aos tradicionais opositores do PSDB.

Marina cumpriu agenda no Rio de Janeiro. Ao lado do candidato a vice, Beto Albuquerque, e da coordenadora de seu programa de governo, Neca Setubal, a candidata percorreu algumas ruas da Tijuca, na zona norte, em um jipe aberto. “Que cada um ganhe mais um voto para que a onda verde e amarela tome conta do Brasil”, discursou Marina, num rápido pronunciamento. “O outro candidato é acostumado a perder para o PT”, disse, em referência a Aécio. 

Em entrevista assistida por vários admiradores, que a aplaudiram em alguns momentos, Marina disse ser a única capaz de derrotar Dilma. “O PT quer o PSDB e o PSDB quer o PT. Eles se acostumaram há 20 anos vão para o 2.º turno, um ganha, outro perde. Agora tem uma terceira força, chamada sociedade brasileira, que identificou no nosso projeto a forma de mudar, com respeito aos brasileiros, mantendo as conquistas, sem complacência com a corrupção, com a incompetência, com o desrespeito aos brasileiros”, afirmou Marina. 

Aécio esteve em sua terra natal para visitar quatro das maiores favelas de Belo Horizonte. Os locais - Pedreira Prado Lopes, Aglomerado do Cafezal, Morro do Papagaio e Cabana do Pai Tomaz - foram tomados pelos cabos eleitorais. As quatro favelas são tradicionais pontos de tráfico de drogas da capital. A Pedreira, primeira a ser visitada, tem, inclusive, a mais conhecida cracolândia da cidade, mas ontem os usuários que diariamente ocupam o local haviam desaparecido. Para a visita, a segurança de policiais militares foi reforçada. Apesar disso, na passeata vários moradores fumavam maconha.

Aécio estava acompanhado dos candidatos do PSDB ao governo de Minas, Pimenta da Veiga, e ao Senado, o ex-governador Antonio Anastasia. Na Cabana do Pai Tomaz, três bombas estouraram enquanto os candidatos faziam a caminhada. Uma delas explodiu próxima a comitiva onde estava Aécio, que, assustado, se abaixou. Mas, segundo a Polícia Militar, nenhuma ocorrência foi registrada nos locais. 

Em entrevista, Aécio evitou confrontos com Marina. “Tenho que ter enorme respeito por todas as candidaturas, em especial pela candidata Marina Silva, que disputa de forma extremamente competitiva a possibilidade democrática de estar no 2.º turno. (Mas) só falarei de 2.º turno na hora que o resultado for anunciado.”

Em São José dos Campos, no interior de São Paulo, Dilma disse “não ter preferência” por adversário no 2.º turno. Mas, ao rebater recentes acusações de que teria aparelhado os Correios para beneficiar sua candidatura, respondeu: “No governo federal, 67% dos cargos de comissão são exercidos por funcionários públicos. Isso significa que apenas 23% dos cargos de comissão é de livre nomeação. Não acredito que ocorra isso nos governos estaduais do PSDB”, disse a presidente.

Mais tarde, Dilma foi à capital, onde participou de agenda no centro da cidade. 

Depois, no centro de São Paulo, Dilma ganhou e vestiu um colar de cristal oferecido por Maurício, um artesão hippie que vende seus produtos na calçada da praça da República. “O cristal é para energizar não só ela, mas todo o país”, explicou o artesão. Dilma retribuiu mandando beijos para Maurício. 

Dois ovos foram jogados de um prédio na esquina da Rua Marconi, sujando quem estava em volta da presidente. A equipe de campanha foi obrigada a colocar um teto de vidro sobre a caçamba onde ela desfilou ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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