Apenas um dia após a Executiva Nacional do PT decidir pelo veto à candidatura da vereadora Marília Arraes ao Palácio do Campo das Princesas e confirmação da aliança do partido com o PSB do governador Paulo Câmara, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, até então aliado de Paulo, afirmou que a legenda está trabalhando para encabeçar ou integrar uma chapa alternativa no Estado. A movimentação serviria para dar palanque ao presidenciável da agremiação, Ciro Gomes, em Pernambuco. A frente, segundo o pedetista, seria formada, além do PDT, pela Rede, Avante e Pros.
Lupi informou que "até a meia-noite do próximo domingo (5)", quando se encerra o prazo para a realização de convenções partidárias e, consequentemente, para a formalização de candidaturas, "tudo pode acontecer". As opções da coligação seriam, segundo ele, concorrer ao governo estadual com José Queiroz, ex-prefeito de Caruaru, ou Túlio Gadêlha; ou ainda integrar uma chapa encabeçada pelo deputado federal Silvio Costa (Avante). O pedetista não citou o nome de Júlio Lóssio, ex-prefeito de Petrolina, que é pré-candidato ao governo do Estado pela Rede. Lóssio não foi localizado pela reportagem para comentar as declarações de Lupi.
"Fomos pegos de surpresa com a informação de que o PSB não apoiaria Ciro, por isso estamos trabalhando na formação de uma chapa própria em Pernambuco", afirmou Lupi. Com a aliança entre PT e PSB, a candidatura de José Queiroz ao Senado na chapa de Paulo Câmara, que era dada como certa, foi rifada para abrir espaço para a entrada do senador Humberto Costa.
Em 2014, apesar de o PDT oficialmente ter ficado na oposição a Paulo na eleição, José Queiroz, que era ligado a Eduardo Campos (PSB), apoiou o projeto de Paulo. Procurado, o ex-prefeito não retornou às chamadas da reportagem para informar sobre como se posicionaria neste novo contexto. A assessoria de imprensa do governador Paulo Câmara afirmou que ele não falaria sobre o assunto.