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Vera Lúcia defende estatização de universidades e hospitais privados

Para ela, as grandes propriedades rurais também devem passar por um processo de reforma agrária

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Publicado em 13/09/2018 às 3:22
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Para ela, as grandes propriedades rurais também devem passar por um processo de reforma agrária - FOTO: Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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A candidata do PSTU à Presidência da República, Vera Lúcia, defendeu a estatização dos hospitais e das universidades particulares, de forma que os recursos do governo sejam aplicados exclusivamente para promover a saúde e a educação públicas. Vera Lúcia condenou a destinação de verbas públicas para custear leitos na rede privada de saúde, bem como programas de financiamento da educação superior, citando o Fies e o Prouni. Para ela, as grandes propriedades rurais também devem passar por um processo de reforma agrária. 

"Doença não pode ser um negócio", disse a candidata. "Hoje tem direito à saúde e à longevidade quem tem dinheiro para pagar", completou. Para Vera Lúcia, em vez dar bolsas de estudo ou financiar o ensino superior na rede privada, o governo deve expropriar as estruturas de universidades já existentes, ampliando o sistema público.

A candidata do PSTU participou nessa quarta-feira (12) da série de entrevistas promovidas pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC). A sabatina, sempre ao vivo, ocorre na sede da EBC, com transmissão da TV Brasil, Rádio Nacional, Portal EBC e Agência Brasil. Entrevistaram a candidata os jornalistas Roseann Kennedy, âncora da série, Renata Giraldi (Agência Brasil), Priscilla Mazenotti (Rádio Nacional) e Pedro Pontes (TV Brasil).

Durante a sabatina, com duração de 45 minutos, Vera Lúcia propôs o não pagamento da dívida pública como forma de conseguir recursos para custear os investimentos em políticas públicas, além da redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais, sem diminuição do valor dos salários. A presidenciável se manifestou ainda a favor da descriminalização das drogas no país como instrumento de combate ao tráfico de armas e de redução da violência no país.

Confira os principais pontos da entrevista:

Segurança

A candidata defendeu a desmilitarização e a unificação das polícias, bem como a definição de um plano estratégico de segurança para combater a violência no país. Disse ser contrária ao uso das Forças Armadas em ações de segurança pública. "É preciso definir um plano de emprego para a classe trabalhadora e para a juventude. Quanto maior o desemprego e a desigualdade social maior a violência", argumentou.

Drogas

A candidata disse ser favorável à legalização das drogas no país. "De todas as drogas, para você saber quem vende, quem compra, tratar o viciado como um problema de saúde pública e fazer campanha educativa", disse. Segundo ela, o tráfico de drogas é lucrativo e alimenta o tráfico de armas.

Crise carcerária

Para resolver a crise carcerária, segundo a candidata, é preciso levar a julgamento os presos provisórios. "Vários deles são primários e (estão presos) por portar pequenas quantidades de drogas. Esse é o problema que precisamos tratar", disse.

Violência no campo

"Só é possível resolver a violência no campo pondo fim ao latifúndio. A violência é resultado da grilagem", disse. Segundo a candidata, a reforma agrária resolverá a violência no campo.

Reforma Agrária

A candidata defendeu uma reforma agrária sem compensação dos proprietários das terras. "Somos a favor da reforma agrária sem indenização, porque esta terra é nossa", disse. Para ela, a terra no país pertence ao descendentes de indígenas e dos negros. "Fazer a reforma agrária para atender o conjunto da classe trabalhadora e quem precisa produzir e sobreviver é uma necessidade", afirmou.

Agronegócio

A candidata defende a expropriação das 100 maiores empresas privadas do país e também do agronegócio brasileiro. Para ela, a tecnologia deve ser usada para produzir alimento para a população."O agronegócio planta capim, planta soja, engorda boi para exportar, planta cana e planta fruta. Tudo para exportar", disse, apotando como solução o incentivo à agricultura familiar.

Mulheres

Para Vera Lúcia, mulheres e homens trabalhadores têm um adversário em comum que é o opressor. "Precisamos fazer uma campanha contra o machismo e punir os agressores", afirmou.

Emprego

A candidata disse que, se o país deixar de pagar a dívida pública, vai ter mais 40% de recursos para gerar empregos e renda. Ela defende a redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais, sem diminuir salários, e um plano de obras públicas para a criação de vagas. "Investidores vêm aqui para buscar mão de obra farta e barata. Teríamos que diminuir a jornada de trabalho e rever as reformas feitas contra a classe trabalhadora", disse.

Juventude

"Essa juventude antes de ser violenta é violentada", afirmou. A candidata afirmou que é precisa garantir emprego aos pais dos jovens e a eles o direito à alimentação e à educação. "É preciso que os jovens tenham perspectiva de futuro. A juventude não pode ser tratada como um caso de polícia", disse.

Saúde

A candidata do PSTU defende a estatização de hospitais, laboratórios e clínicas privados. Para resolver os problemas da saúde pública, segundo a candidata, o governo não deve destinar recursos para a iniciativa privada por meio da compra de leitos e a realização de exames. "Se tiver o público, não precisa do privado. Hoje o que ocorre é a concorrência do público e do privado", afirmou.

Educação

Vera Lúcia disse que a educação brasileira "está no fundo do poço", porque a rede pública concorre com a particular.

"A desgraça que a escola pública está vivendo vai piorar. Precisamos proteger a escola pública. Para isso, precisamos que a escola se organize", disse. Sobre o ProUni e Fies, a candidata afirmou que "foram grandes negócios para as universidades privadas". Ele propõe "pegar os recursos públicos para investir nas universidades públicas”. Vera Lúcia quer a estatização das faculdades privadas. "Tira o dono e torna público", disse.

Congresso

Vera Lúcia disse que as eleições não vão resolver imediatamente a vida dos brasileiros e pediu para que os trabalhadores abracem o programa do PSTU. "Somos contra esse Congresso de carta marcada e submetido ao poder econômico", acrescentou. Em relação à proposta de fechar o Congresso, a candidata do PSTU disse que "a decisão deveria ser dos trabalhadores organizados".

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