ELEIÇÕES 2018

'Violência contra os pobres', diz Ciro sobre cancelamento de títulos

Em entrevista à Rádio Jornal, o candidato do PDT disse que a decisão "mexe com o direito sagrado de votar"

JC Online
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Publicado em 27/09/2018 às 9:36
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Em entrevista à Rádio Jornal, o candidato do PDT disse que a decisão "mexe com o direito sagrado de votar" - FOTO: Foto: Agência Brasil
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Em entrevista à Rádio Jornal, na manhã desta quinta-feira (27), o candidato Ciro Gomes (PDT) criticou o cancelamento do título de mais de 3,4 milhões de eleitores que não realizaram o cadastramento biométrico obrigatório. Para ele, a decisão foi "mais uma aberração do judiciário" e "mexe com o direito sagrado do povo votar".

"É mais um golpe contra os pobres no Brasil. Esses aí [que tiveram o título cancelado], em sua esmagadora maioria, são pobres. Pessoas que dependem da política na questão social, de políticos que tem comprometimento com a educação do povo. Isso tudo foi mais uma violência contra os brasileiros", disse Ciro.

O pedetista destacou que o fato prejudicou, sobretudo, o eleitorado nordestino. Dos 3,4 milhões de cancelamentos, 1,5 milhões foram de pessoas que vivem no Nordeste. Segundo o TSE, esses títulos são referentes a 1,248 municípios em 22 Estados.

Ouça a entrevista à Radio Jornal na íntegra:

2º turno

Ciro acredita que ainda há a possibilidade de chegar no segundo turno, e considera que Jair Bolsonaro (PSL) pode perder votos por suas posturas polêmicas. Nesse sentido, ele aponta que o movimento das mulheres contra o militar da reserva, marcado para o dia 29 de setembro, pode ter um papel importante.

O ex-governador do Ceará afirmou também que preferiria enfrentar o candidato petista, Fernando Haddad, em um eventual segundo turno, pois "seria uma disputa entre dois democratas", disse Ciro.

"Bolsonaro é muito inconsistente. Ele é um projeto de fascismo que se projetou graças a negação ao PT, por ódio. Ele representa uma política que vai entregar as riquezas do Brasil pra fora, representa a violência contra mulheres, a apologia ao ódio", argumentou.

Disputa PSDB x PT

"A confrontação do PSDB com o PT foi o que 'produziu' o Bolsonaro", disse Ciro Gomes. O ex-governador do Ceará comentou que reconhece o que Lula fez pelo país, mas apontou o PT como um dos culpados por "criar um clima de ódio muito perigoso para o Brasil", e atribuiu a responsabilidade também ao concorrente Geraldo Alckmin (PSDB), a quem se referiu como "o bagaço que gerou Bolsonaro".

'Rasteira' de Paulo Câmara

O presidenciável cearense apontou que seu partido estava encaminhando uma aliança com Paulo Câmara em Pernambuco, que não vingou graças a decisão do candidato ao governo do Estado pelo PSB de se aliar com o PT, rifando Marília Arraes, que seria candidata pelo partido de Lula e Haddad. "Ele [Paulo] deu uma rasteira na gente e derrubou a Marília. Eu francamente acho que isso é um insulto a independência política de Pernambuco", disparou Ciro.

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