CORRUPÇÃO

Ex-deputado vendia emendas, diz testemunha à CGA

O depoimento reforça ainda mais a denúncia de Barbiere, segundo quem deputados estaduais paulistas negociam sua cota de verbas no Orçamento do Executivo, por meio das emendas, com prefeitos e empreiteiras

da Agência Estado
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Publicado em 04/10/2011 às 10:40
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“Vi Fabrício entregar nas mãos do deputado José Antonio Bruno (DEM) um maço de notas de R$ 100”, afirmou a testemunha C.A.A.V. em depoimento na Corregedoria-Geral da Administração (CGA). As notas de R$ 100 teriam origem em suposto esquema de venda de emendas parlamentares na Assembleia Legislativa de São Paulo, denunciado pelo deputado Roque Barbiere (PTB).

A cena relatada ocorreu em agosto de 2009, enfatiza o depoente, que se identifica como “pastor evangélico autônomo”. O depoimento reforça ainda mais a denúncia de Barbiere, segundo quem deputados estaduais paulistas negociam sua cota de verbas no Orçamento do Executivo, por meio das emendas, com prefeitos e empreiteiras.

Ainda conforme o depoente, um homem identificado apenas como “Fabrício” frequentava o gabinete do parlamentar, mas não era funcionário: “Houve uma oportunidade em que Fabrício chegou muito eufórico na sede do gabinete, cumprimentou a todos e entrou direto na sala do deputado”, relata.

A porta da sala de Bruno ficou entreaberta. “Então, eu ouvi ele (Fabrício) dizer ao deputado José Antonio Bruno: ‘Deputado, tá aqui a emenda’. Ato contínuo eu vi Fabrício entregar nas mãos do deputado um maço...”

Zé Bruno, como é conhecido, exerceu mandato no período 2007-2010. Deixou o Legislativo estadual em março passado. Hoje se dedica à Resgate, sua banda musical. Ele é guitarrista e vocalista. O ex-deputado nega a acusação. “Não faço isso”, afirmou.

Porém, ele próprio disse suspeitar que um assessor da Casa identificado apenas como “Cremonesi” participasse de negociações para a venda de emendas.

Os nomes são apontado em procedimento oficial da CGA, a corregedoria que é vinculada diretamente ao gabinete do governador. A CGA está na estrutura da Casa Civil. Atua na prevenção e no combate à corrupção nos órgãos da administração.

A apuração foi aberta porque a preocupação do governo é se o episódio pode ter provocado alguma lesão aos cofres públicos do Estado.

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