Eleições

Partidos paulistas escondem gasto pré-eleitoral

jornal O Estado de S.Paulo procurou na semana passada as pré-campanhas de PT, PSDB, PMDB, PRB, PPS, PDT e PC do B, cujos candidatos são os sete mais bem posicionados nas pesquisas mais recentes de intenção de voto

da Agência Estado
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Publicado em 19/03/2012 às 10:24
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Com os motores de suas pré-campanhas funcionando a todo vapor, os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo aumentam os gastos dos diretórios de seus partidos com a contratação de pessoal, consultorias técnicas e de comunicação, produtoras de TV, gráficas e serviços de telemarketing, além da realização de viagens e aluguel de espaços para reuniões e debates. As siglas, no entanto, escondem os custos do período pré-eleitoral.

O jornal O Estado de S.Paulo procurou na semana passada as pré-campanhas de PT, PSDB, PMDB, PRB, PPS, PDT e PC do B, cujos candidatos são os sete mais bem posicionados nas pesquisas mais recentes de intenção de voto. Nenhum dos partidos informou quanto já gastou ou pretende gastar até o início oficial da campanha. Algumas legendas, como PDT, PC do B e PPS, disseram que não tiveram despesas até agora. O calendário oficial das eleições de 2012 determina que só a partir de 10 de junho os candidatos poderão criar comitês e movimentar recursos para quitar gastos de campanha.

O diretório municipal do PT já contratou uma consultoria técnica para a elaboração do programa de governo, chefiada pelo cientista político Aldo Fornazieri, e também uma produtora de TV a pedido do marqueteiro João Santana, para registrar o pré-candidato Fernando Haddad em ação e elaborar um estudo de imagem. Além disso, a sigla admitiu um assessor de imprensa e passou a pagar salário de R$ 26,7 mil ao próprio Haddad, o equivalente aos vencimentos de quando era ministro.

O PT também tem elevado o gasto com transportes por causa do deslocamento da equipe de pré-campanha a várias regiões da cidade para atividades políticas, principalmente na periferia.

O partido se negou a informar os custos que tem tido. “Anualmente, apresentamos nossa prestação de contas à Justiça Eleitoral, nos termos da legislação vigente”, afirmou, em nota, o presidente do diretório municipal, vereador Antonio Donato. “Este ano estamos colhendo subsídios, fazendo diagnósticos e preparando propostas para a cidade (...). Trata-se de um processo rotineiro no nosso partido.”

A posição dos coordenadores da campanha do pré-candidato do PMDB é semelhante. Oficialmente, dizem que “não há uma pré-campanha”. Apesar disso, o deputado federal e presidente municipal da sigla Gabriel Chalita, já fez 22 encontros com líderes comunitários em bairros de São Paulo. Ele se desloca de carro, acompanhado de um assessor do partido dedicado a ele, motorista e equipe de coordenação da campanha. Chalita deve comparecer a cerca de outros 50 encontros em zonas periféricas da capital para “captar” demandas dos diretórios regionais e formatar seu programa de governo. “O que há são as atividades políticas normais do PMDB”, informaram os coordenadores, em nota.

Chalita viajou a Nova York na semana passada e semanalmente faz a ponte aérea São Paulo-Brasília. Ele já tem gastos fixos para a pré-candidatura: contratou uma equipe de comunicação exclusiva, com três assessores de imprensa, coordenada de Brasília, com salários acima da média do mercado - houve ofertas de R$ 15 mil durante a procura por um jornalista para o time. Chalita ainda é atendido, paralelamente, pela assessoria de imprensa do PMDB de São Paulo.

DESPESA EM CASA - Decidido a organizar uma prévia para escolher seu candidato à prefeitura, o PSDB mantém sua pré-campanha dentro da estrutura do partido, tendo como alvo os 20 mil filiados - e não os 8,5 milhões de eleitores de São Paulo. A sigla alega que ainda não contabilizou os gastos da disputa.

O diretório municipal do partido locou espaços para a realização de debates, alugou 116 tablets que serão usados como urnas eletrônicas para a votação e contratou uma empresa para criar o software da prévia. Ninguém revela o custo total, avaliado entre R$ 125 mil e R$ 250 mil.

Na prévia, o partido estabeleceu como limite de gastos R$ 25 mil para cada pré-candidato. Andrea Matarazzo e Bruno Covas desistiram no fim de fevereiro, mas gastaram a verba. José Aníbal e Ricardo Tripoli seguem na disputa, com os mesmos recursos. José Serra entrou na corrida e recebeu mais uma cota da legenda, o que somaria R$ 125 mil.

Nos últimos dias de disputa, Serra deve enviar panfletos para 10 mil filiados. Com cerca de 9 mil ligações de um serviço de telemarketing para pedir votos, sua equipe prevê gastar R$ 5 mil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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