Memória Política

Lançamentos e reedições aproveitam os 50 anos do golpe de 64

Com os 50 anos da ação militar no País, editoras apostam em novos títulos e reedições. Dezenas de obras chegam às livrarias até março

Beatriz Albuquerque
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Beatriz Albuquerque
Publicado em 09/02/2014 às 0:57
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O cinquentenário do golpe de 1964 é a nova aposta do mercado de livros no Brasil. Embora já exista uma rica bibliografia sobre o assunto, a distância temporal e a investigação em fontes disponibilizadas recentemente pela Comissão Nacional da Verdade abrem novas perspectivas sobre essa complexa fase de nossa história. Lançamentos e reedições preenchem as prateleiras das livrarias, corrigindo o registro da história política do País e preservando à memória dos que foram perseguidos, presos e torturados pelos agentes dos sucessivos governos militares.

Mais de uma dezena de novas edições sobre a ditadura militar chegam às lojas a partir deste mês. São obras escritas por historiadores, cientistas políticos e militantes que remontam o passado a partir de diferentes linguagens.

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Entre as que já estão nas livrarias se destacam um dos lançamentos da editora Zahar, A ditadura que mudou o Brasil – 50 anos do golpe de 1964, organizado por Daniel Aarão Reis, Marcelo Ridenti e Rodrigo Patto Sá Motta, e a reedição da coletânea O Golpe de 1964 e o Regime Militar: novas perspectivas (EdUFSCar), organizado por João Roberto Martins Filho. Ambos trazem uma seleção de artigos acadêmicos que contemplam, entre outros temas, a ditadura militar e o sistema de Justiça, o papel das Igrejas durante o regime de exceção e as questões de gênero.

A noite de 31 de março de 1964, momento no qual as tropas do general Mourão Filho seguiram de Minas Gerais em direção ao Rio de Janeiro, ocupando o País com tanques e militares por 21 anos, após depor o presidente eleito João Goulart, continua sendo o pano de fundo dessas produções. Porém, a instauração da Comissão Nacional da Verdade, em maio de 2012, por lei assinada pela presidente e ex-presa política Dilma Rousseff (PT), trouxe novas reflexões sobre a memória do regime pós-64.

Em março de 2014, sai pela Companhia das Letras o Almanaque 1964, da jornalista Ana Maria Bahiana. O livro, ilustrado, trata sobre o clima cultural e político do ano do golpe militar.

Na mesma linha, O verão do golpe (Maquinária Editora), do jornalista Roberto Sander, recupera o cenário social e cultural da temporada que antecedeu a derrubada do presidente João Goulart.

A reedição de quatro livros do jornalista Elio Gaspari — A ditadura envergonhada (2002), A ditadura escancarada (2002), A ditadura derrotada (2003) e A ditadura encurralada (2004) — serão relançados neste mês, pela editora Intrínseca. As obras foram atualizadas e também estarão disponíveis no formato e-book, com reproduções de documentos, fotos, vídeos e áudios.

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