Congresso

Após eleição de Cunha, Renan diz que eleições do Congresso são 'passado'

Em seu discurso na abertura do ano do Legislativo, Cunha evitou mandar recados ao Planalto, que já tem procurado o peemedebista para restabelecer pontes após sua eleição

Da Folhapress
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Publicado em 02/02/2015 às 17:50
Foto: Waldemir Barreto / Agência Senado
Em seu discurso na abertura do ano do Legislativo, Cunha evitou mandar recados ao Planalto, que já tem procurado o peemedebista para restabelecer pontes após sua eleição - FOTO: Foto: Waldemir Barreto / Agência Senado
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Em meio ao desgaste entre o Palácio do Planalto e o Congresso após a eleição do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para presidir a Câmara, o presidente reeleito do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que as eleições do Legislativo "pertencem ao passado" e defendeu a superação de "divergências" no país.

Sem mencionar o mal-estar do governo com a vitória de Cunha, Renan pregou que o Legislativo atue para "atenuar" efeitos de futuras crises no país.

"As divergências não devem transbordar para retrocessos e transgressões. A missão de todos nós é trabalhar para atenuar os efeitos de qualquer crise que se anuncie. É isso que a nação brasileira exige de todos nós e para isso a sociedade brasileira nos colocou aqui", disse Renan.

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, também defendeu "harmonia" e "independência" entre os poderes. O ministro entregou ao Congresso a mensagem do Judiciário na abertura dos trabalhos do ano legislativo.

Lewandowski disse que, se não houver harmonia entre os poderes, o país "estará em situação de inconstitucionalidade".

O presidente do STF citou palavras do vice-presidente, Michel Temer, em defesa da autonomia entre Executivo, Legislativo e Judiciário. "Dizia [Temer] que os Poderes da República são independentes e harmônicos entre si. E dizia o deputado Temer que a independência é um corolário da autonomia que os constituintes quiseram atribuir aos poderes", afirmou.

Segundo Lewandowski, o Judiciário está de "portas abertas" para dialogar com a Câmara e o Senado "em prol do bem-estar do povo brasileiro".

Em seu discurso na abertura do ano do Legislativo, Cunha evitou mandar recados ao Planalto, que já tem procurado o peemedebista para restabelecer pontes após sua eleição. O governo apoiou o petista Arlindo Chinaglia (PT-SP) na disputa pelo comando da Câmara, que acabou derrotado em primeiro turno pelo peemedebista.

O presidente da Câmara afirmou que o ano será de "desafios" para o Congresso e colocou como prioridade a reforma política e a discussão do pacto federativo.

ORÇAMENTO IMPOSITIVO

Em sua primeira fala após ser eleito, Cunha anunciou como primeira medida a votação de tema incômodo ao Planalto, a proposta que obriga o governo a liberar verbas para as emendas que os congressistas fazem ao Orçamento.

Renan também defendeu, em seu discurso, ampliar os efeitos do chamado orçamento impositivo para as emendas coletivas e de comissões --e não apenas para as individuais dos congressistas.

"Temos que aprofundar a regulamentação do orçamento impositivo, incluindo ao invés de apenas as emendas parlamentares, as emendas coletivas e as emendas de comissão", afirmou Renan.

Evangélico, Cunha já deu declarações contrárias a projetos de movimentos sociais e da comunidade gay. Em sua mensagem encaminhada ao Congresso, a presidente Dilma Rousseff defendeu o combate à homofobia e fez uma defesa dos direitos humanos.

Cunha também já disse que não apoia o fim do financiamento privado de campanhas e a regulação econômica da mídia, temas defendidos pelo governo.

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