Corrupção

Não há dúvida que o PP acabou, diz deputado investigado

De acordo com o deputado, o PP gaúcho é diferente do nacional. "Do PP gaúcho podemos nos orgulhar", diz ele que sempre foi contrário à participação do PP na base aliada governista

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Publicado em 09/03/2015 às 16:25
Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil
De acordo com o deputado, o PP gaúcho é diferente do nacional. "Do PP gaúcho podemos nos orgulhar", diz ele que sempre foi contrário à participação do PP na base aliada governista - FOTO: Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil
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O deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS), investigado na Operação Lava Jato por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, disse que o Partido Progressista "acabou".

Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (9), acompanhado da família, o deputado chegou a chorar. Ele é um dos políticos que integram a lista de Rodrigo Janot, procurador-geral da República que divulgou na última sexta (6) os nomes de suspeitos no esquema de corrupção na Petrobras.

"Sempre tive uma postura de enfrentar isso [corrupção]. Tenho que andar na rua e ver a sociedade me questionando sobre o que sempre preguei. Isso machuca, machuca a gente", disse chorando.

Para o deputado, não há solução para seu partido. "Não há dúvida que o PP acabou", disse.

"Não adianta dizer 'vamos limpar, vamos mudar'. Se com o [caso de Paulo] Maluf era difícil mudar, imagina com tudo isso [Lava Jato]?", diz Goergen que chegou a pedir a expulsão de Maluf do partido quando era membro da juventude progressista.

De acordo com o deputado, o PP gaúcho é diferente do nacional. "Do PP gaúcho podemos nos orgulhar", diz ele que sempre foi contrário à participação do PP na base aliada governista.

Goergen, que deixou o diretório estadual do partido, afirmou que interpelará judicialmente o doleiro Alberto Youssef para que ele prove seu envolvimento. O deputado diz que nunca conheceu o doleiro.

"Espero que ele seja punido. Não vejo razão para meu nome aparecer. Se ele cita, ele obrigatoriamente tem que ter provas. Quero saber para quem entregou o dinheiro e quem recebeu", disse.

"Eu sou citado em um depoimento em um contexto onde eu não era deputado federal. Isso me deixa com uma dúvida muito grande", diz. Segundo ele, suas cobranças ao envolvimento do partido no caso do mensalão podem ter provocado uma retaliação.

"Se a ideia é calar minha voz, não haverá silêncio", disse.

GRAÇA FOSTER

O deputado disse que foi à sede da Petrobras "uma vez na vida" com uma comitiva de empresários gaúchos em 17 de janeiro de 2013. Ele diz que ficou com uma péssima impressão de Graça Foster, ex-presidente da estatal. "Parece que ela trata as pessoas a coice", disse.

Goergen também afirmou que nunca teve contato com Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, ex-diretores da Petrobras.

Segundo o deputado, ele viu ambos apenas uma vez, durante a última sessão da CPI que investiga a estatal, para acompanhar.

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