Protestos

Petistas temem que novos protestos repitam junho de 2013

A principal preocupação é com São Paulo, onde se concentraram os protestos e reações ao PT e à presidente

Da Folhapress
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Publicado em 09/03/2015 às 12:35
Foto: MIGUEL SCHINCARIOL / AFP
A principal preocupação é com São Paulo, onde se concentraram os protestos e reações ao PT e à presidente - FOTO: Foto: MIGUEL SCHINCARIOL / AFP
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Pegos de surpresa com o panelaço em razão do pronunciamento de Dilma Rousseff na TV neste domingo (8), dirigentes petistas temem que o ato contra o governo marcado para o dia 15 repita as manifestações de junho de 2013.

A principal preocupação é com São Paulo, onde se concentraram os protestos e reações ao PT e à presidente. Nas palavras de um aliado de Dilma, desta vez, em vez de "20 centavos", o sentimento de mudança está agora centrado no poder central.

Durante o pronunciamento, houve buzinaço, panelaço e vaias em ao menos 12 capitais: São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Vitória, Curitiba, Porto Alegre, Goiânia, Belém, Recife, Maceió e Fortaleza. Nas janelas dos prédios, moradores batiam panelas, xingavam a presidente, enquanto piscavam as luzes dos apartamentos.

Petistas ouvidos pela reportagem atribuem o desgaste de Dilma ao abandono da agenda política pelo governo. Na avaliação destes interlocutores, o Planalto apresentou uma agenda em junho e prosseguiu com as políticas públicas, mas perdeu a comunicação com a população.

No governo, um ministro diz que a tensão nas ruas se deve ao fato de que "ainda não saímos de outubro", referindo-se ao período eleitoral. Dilma ganhou a eleição presidencial por uma margem apertada contra o tucano Aécio Neves (MG).

Alguns petistas tentaram minimizar o panelaço e defendem nas redes que os protestos se concentraram em áreas nobres, onde estão localizados eleitores da oposição. No entanto, integrantes do governo e membros da cúpula petista avaliam a estratégia como "fraca e defensiva", ignorando o significado político da reação.

OPOSIÇÃO

Em nota divulgada em seu site nesta segunda-feira (9), o PT afirmou que a mobilização pode ter apoio de partidos de oposição.

"Tem circulado clipes eletrônicos sofisticados nas redes, o que indica a presença e o financiamento de partidos de oposição a essa mobilização", disse o secretário nacional de Comunicação do PT, José Américo Dias.

Para Alberto Cantalice, vice-presidente e coordenador das redes sociais da legenda, a manifestação tem ligações com outras reações oriundas de setores que pretendem um golpe contra o governo Dilma. "Existe uma orquestração com viés golpista que parte principalmente dos setores da burguesia e da classe média alta", afirmou.

Para o PT, o movimento foi realizado por moradores de bairros de classe média como Águas Claras, no Distrito Federal, Morumbi e Vila Mariana, em São Paulo, e Ipanema, no Rio, mas que não se repercutiu em áreas populares e perdeu o alcance.

"A comprovação do curto alcance do protesto veio pelas próprias redes. A hashtag #DilmadaMulher, em apoio à presidenta, tornou-se uma das mais usadas pelos internautas e entrou para o trending topics do Twitter, durante a fala da presidenta em cadeia nacional de rádio e tevê", diz o partido.

No pronunciamento, a presidente Dilma Rousseff defendeu o ajuste fiscal, pediu apoio da população e do Congresso na implementação de medidas que afetam a "todos" e disse que as críticas contra o governo são "injustas".

Segundo a petista, o ajuste é uma medida tomada "corajosamente". "Mesmo que isso signifique alguns sacrifícios temporários para todos e críticas injustas e desmesuradas ao governo", afirmou.

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