Corrupção

Presa na BA, assessora de Argôlo trabalhou com filho de ex-ministro

A funcionária recebia um salário mensal de R$ 8.000, um dos mais altos na estrutura salarial da Assembleia Legislativa

Da Folhapress
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Publicado em 10/04/2015 às 14:50
Foto: Gustavo Lima / Câmara dos Deputados ? 13/03/2013
A funcionária recebia um salário mensal de R$ 8.000, um dos mais altos na estrutura salarial da Assembleia Legislativa - FOTO: Foto: Gustavo Lima / Câmara dos Deputados ? 13/03/2013
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Presa pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (10) na 11ª fase da Operação Lava Jato, Elia Santos da Hora -apontada como secretária do ex-deputado federal Luiz Argôlo (SD)- trabalhou por dois anos para o filho de outro suspeito de envolvimento no esquema, na Assembleia Legislativa da Bahia.

De 11 de abril de 2013 até o último dia 31 de janeiro, Elia foi secretária parlamentar do então deputado estadual e hoje federal Mário Negromonte Jr (PP), filho do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte. Apesar de ser do Solidariedade, Argôlo também era filiado a PP quando foi apontado como envolvido na corrupção da Petrobras.

A funcionária recebia um salário mensal de R$ 8.000, um dos mais altos na estrutura salarial da Assembleia Legislativa, e só foi exonerada com o encerramento do mandato do deputado pepista.

Ela não chegou a ser nomeada para trabalhar no novo gabinete do deputado na Câmara dos Deputados, em Brasília.

O ex-deputado Argôlo também foi detido na manhã desta terça pela Polícia Federal. Foram realizadas operações de busca e apreensão nas casas dele, de sua secretária e no escritório político do ex-deputado.

O deputado federal Mário Negromonte Jr foi procurado pela Folha na manhã desta terça para comentar o assunto, mas estava com o celular desligado. O deputado também não foi localizado por sua equipe da Câmara dos Deputados.

ANDRÉ VARGAS

A PF também prendeu nesta sexta o ex-deputado André Vargas (ex-PT-PR e hoje sem partido) e outras quatro pessoas. Também houve ordem de prisão contra o ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), que já estava preso em Pernambuco por condenação no processo do mensalão. Foi encaminhado ofício para o presídio para que ele seja transferido para a PF em Curitiba.

As prisões fazem parte da 11ª fase da Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras e que, a partir de agora, também apura crimes na Caixa Econômica Federal e no Ministério da Saúde.

Intitulada "A Origem", essa nova tem como foco crimes relacionados a três grupos de ex-agentes políticos após o envio de inquéritos que estavam no STF (Supremo Tribunal Federal).

Os outros detidos são Leon Vargas, irmão de André Vargas, Ivan Torres, apontado como laranja de Corrêa, e Ricardo Hofmann, vice-presidente e diretor-geral da agência de publicidade Borghi/Lowe em Brasília.

Além dos sete mandados de prisão, a PF cumpre 9 de condução coercitiva -entre eles de Fábio Correa, filho do ex-deputado Pedro Corrêa- e 16 de busca e apreensão. A ação ocorre no Distrito Federal e em seis Estados (São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco e no Ceará).

Um imóvel de alto padrão em Londrina (PR) foi sequestrado.

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