A presidente Dilma Rousseff disse que o Brasil está interessado em assinar acordos em matéria energética com o México durante sua próxima visita de Estado ao país que recentemente abriu o setor à iniciativa privada nacional e estrangeira.
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"Considero que nossos países estão em condições de fazer acordos a partir da complementariedade da cadeia produtiva, produzir uma parte aqui e outra lá. Isso pode ser feito na indústria naval, na rede de gás e petróleo, onde o México tem a Pemex e o Brasil tem a Petrobras, empresas que têm modelos regulatórios similares", disse a presidente em uma entrevista difundida neste domingo pelo jornal mexicano La Jornada.
Dilma, que deve chegar ao México na noite de segunda-feira, disse que é importante que as duas principais potências econômicas da América Latina tenham mais investimentos bilaterais.
Segundo a presidente, a Petrobras e a Pemex podem colaborar na rede de fornecimento. A Petrobras, por exemplo, pode oferecer ao México seus estaleiros e sua tecnologia de exploração em águas ultraprofundas, apontou.
A visita de Dilma Rousseff se estenderá até quarta-feira, com ênfase na economia, em meio à desaceleração dos dois países.
"Acho que minha viagem abre um novo capítulo nas nossas relações", afirmou a presidente, lembrando que ainda há quem tenha uma "visão equivocada" de que os dois países "competem entre si".
"Nossas economias são complementares", explicou Dilma, que comemorou a renovação do acordo para o comércio bilateral de automóveis em março.
O presidente Enrique Peña Nieto concordou que o México quer "dar um novo impulso" a sua relação com o Brasil, seu maior parceiro comercial na América Latina, com um comércio de 9,213 bilhões de dólares em 2014.
Além de reunir-se com Peña Nieto, está previsto que Rousseff participe de um encontro empresarial e de uma sessão solene no Congresso mexicano.