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No México, Dilma anuncia que quer ampliar acordos comerciais

As conversas, com início em julho, têm como objetivo aumentar a lista de produtos com tarifas reduzidas e tarifa zero que hoje integram a pauta da relação bilateral

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Publicado em 26/05/2015 às 22:46
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As conversas, com início em julho, têm como objetivo aumentar a lista de produtos com tarifas reduzidas e tarifa zero que hoje integram a pauta da relação bilateral - FOTO: Foto: Roberto Stuckert Filho/ PR
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A presidente Dilma Rousseff e seu colega mexicano, Enrique Peña Nieto, anunciaram nesta terça (26) o início de uma negociação para ampliar o alcance dos acordos que regulam o comércio entre Brasil e México.

As conversas, com início em julho, têm como objetivo aumentar a lista de produtos com tarifas reduzidas e tarifa zero que hoje integram a pauta da relação bilateral.

Atualmente, esses produtos correspondem a apenas 12% do comércio bilateral. "A ideia é buscar, na medida do possível, a liberalização integral do comércio", explicou o embaixador Antônio Simões, subsecretário-geral de América do Sul do Ministério das Relações Exteriores.

O diplomata afirmou que o tratado não interfere na relação do Brasil com os outros países do Mercosul por estar dentro das regras do bloco.

O acordo, que terá de passar pelo Congresso, contempla expectativas dos empresários brasileiros que acompanham a presidente.

O pedido trazido por eles aos dois governos era de aumentar o número de produtos com tarifa zero -hoje eles são 400 dos 800 que fazem parte dos acordos em vigor. Há interesse dos setores têxtil, cosméticos, calçados, agroindústria e outros.

"O México está deixando de comprar do Brasil por causa das tarifas. Queremos mudar isso. O produto brasileiro perdeu importância no mercado mexicano", disse o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Andrade, citando os carros como exemplo.

'SALTO QUALITATIVO'

O encontro presidencial ocorreu no Palácio Nacional, na capital mexicana, onde a presidente está em visita de Estado. Nesta quarta, ela será homenageada no Senado.

Peña Nieto disse que o encontro representa um "salto qualitativo, um novo capítulo da relação". Dilma concordou, "os acordos assinados aqui elevam nossas relações a novo patamar".

A presidente também usou uma citação literária para falar do novo momento dos dois países. "O mundo muda, quando dois se olham e se reconhecem", verso do Nobel mexicano Octavio Paz (1914-98). Peña Nieto também recorreu à literatura para falar da aproximação dos países, lembrando a amizade da poeta carioca Cecília Meireles (1901-64) com o escritor local Alfonso Reyes (1889-1959).

Os presidentes ainda assinaram um acordo de cooperação e facilitação de investimentos, o primeiro do Brasil com outro país das Américas, que também precisa de aval do Congresso. Foram anunciados ainda acordos de cooperação em serviços aéreos, turismo, agricultura e pesca.

Após os pronunciamentos, ambos almoçaram com cerca de 200 empresários e políticos locais. Antes da refeição, houve um brinde com caipirinha, feita com cachaça brasileira, e tequila mexicana.

No discurso para os convidados, Dilma lembrou que a Revolução Mexicana (1910) foi "a primeira a lançar as bases daquilo que nós queremos para nossos países, que é uma grande classe média". E lembrou a importância que o México teve no período em que os países do Cone Sul viveram sob ditadura, recebendo exilados políticos.

No começo da noite, os dois eram esperados para um pronunciamento no encontro entre empresários dos dois países que ocorre paralelamente à visita.

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