Recebida por uma plateia majoritariamente a seu favor, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (4) na 15ª Conferência Nacional de Saúde, em Brasília, que o processo de impeachment contra ela "não tem fundamento" e que é resultado de um movimento sistemático que tenta questionar o resultado legítimo das eleições. "Esse movimento atingiu seu ápice esta semana quando se propôs um pedido de impeachment", disse. "Não tem fundamento o processo do meu impedimento, eu vou fazer a defesa de meu mandato com todos os instrumentos previstos em nosso Estado democrático de direito."
A presidente repetiu os argumentos de seu pronunciamento feito na quarta-feira (2) quando o processo foi aberto pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e disse que as razões do pedido de impeachment são "inconsistentes e improcedentes".
"Não cometi nenhum ato ilícito. Não tenho conta na Suíça", repetiu Dilma, em uma referência a Cunha, que está sendo investigado por contas ilegais no país europeu.
A presidente chegou a ter o seu discurso interrompido com a plateia pedindo "fora, Cunha" e gritando "não vai ter golpe". Apesar de a maior parte dos participantes demonstrar apoio a presidente, algumas pessoas chegaram a gritar "Fora, Dilma" e "Fora, PT". Por conta das divergências, algumas pessoas batiam boca e discutiam na plateia.
No início de seu discurso, ao perceber que a ampla maioria a apoiava, Dilma fez agradecimentos e disse que esse tipo de manifestação fazia bem para sua alma. "Vocês não imaginam como isso que vocês estão fazendo faz bem para a alma da gente."