Câmara Federal

Deputados pernambucanos dizem que Cunha será cassado no plenário

Parlamentar do PMDB renunciou ao cargo de presidência da Câmara Federal nesta quinta-feira

Franco Benites e Renata Monteiro
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Franco Benites e Renata Monteiro
Publicado em 07/07/2016 às 15:31
Luis Macedo/Divulgação
Parlamentar do PMDB renunciou ao cargo de presidência da Câmara Federal nesta quinta-feira - FOTO: Luis Macedo/Divulgação
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A renúncia do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Câmara Federal repercutiu na bancada federal de Pernambuco de maneira semelhante. Os parlamentares ouvidos pelo Jornal do Commercio afirmaram que a medida nada mais é do que uma tentantiva do peemedebista de se livrar da cassação e apostaram que ele não terá êxito.

"A renúncia de Cunha é tardia e não creio que o livrará da cassação do mandato. Vamos levar ao plenário seu processo é dar à sentença final", afirmou o deputado federal Betinho Gomes (PSDB), que integra o Conselho de Ética da Câmara Federal.

Ex-aliado de Cunha e um dos deputados que votaram pela sua eleição à presidência da Câmara Federal, Jarbas Vasconcelos (PMDB) hoje luta para ver o colega de partido fora do Legislativo. "Acho que ele terá 70 votos no plenário contra a cassação. Estará liquidado", disse.

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O deputado federal Danilo Cabral (PSB), que chegou à Câmara Federal recentemente, após deixar o posto de secretário estadual de Planejamento, também espera a cassação de Cunha. "O sentimento no Legislativo é esse. Ele será cassado. A rejeição a Cunha é muito alta e há uma unanimidade na sociedade sobre isso", declarou.

Por sua vez, o deputado federal Daniel Coelho (PSDB) prevê a Câmara Federal sem Cunha. "Precisamos eleger um novo presidente limpo, ético e com compromisso com a decência do poder legislativo", opinou.

Dizendo-se satisfeito com a renúncia de Cunha, o deputado federal Zeca Cavalcanti (PTB) anseia agora pela saída do presidente interino da casa, Waldir Maranhão (PP). "O atual presidente da Câmara é 100% incompetente e inoperante, a casa está acéfala. Precisamos de um nome que a coloque para andar novamente", afirmou.

"Ele (Cunha) renunciou a algo que não era mais dele, pois já não estava na presidência desde maio. Até o momento, não tenho em mente nenhum nome para apoiar como novo presidente da Câmara, mas certamente não será o mesmo que o Cunha apoiar", argumentou o deputado federal Wolney Queiroz (PDT).

Para Tadeu Alencar (PSB), o momento de Cunha passou. "Ficaria surpreso se ele não for cassado", resumiu. Ja a deputada Luciana Santos (PCdoB) fala sobre as chances do peemedebista e se mantém cética. "Se for votação no plenário, Cunha não escapa. Mas ele vai manobrar uma saída dentro da Comissão de Constituição e Justiça", aponta.

Ainda confuso com a notícia da renúncia, Adalberto Cavalcanti (PTB) afirmou que ainda não sabe quem apoiará na eleição que escolherá o novo presidente da Câmara dos Deputados. "Eu esperava que ele fosse cassado, não que renunciasse. Só Deus sabe como as coisas vão se desenrolar agora. Não tenho a menor ideia em quem vou apoiar nas próximas eleições", cravou.

Segundo Carlos Eduardo Cadoca (PDT), Cunha demorou muito para renunciar à presidência da Câmara. "Ele perdeu há muito tempo as condições mínimas de presidir à Câmara e de preservar o mandato. As denúncias são muitas, densas, consistente e gravíssimas", pontuou o deputado federal.

Mesmo julgando que a renúncia à presidência foi uma artimanha de Cunha para tentar manter seu mandato, o deputado Marinaldo Rosendo (PSB) acredita que dificilmente ele conseguirá seguir no cargo. "Se depender do meu voto, ele perde também o mandato", disse.

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