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Popularidade de Temer não deverá interferir no governo

Cientista político avalia que desafio de Temer será manter uma base no Congresso

Mariana Araújo
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Mariana Araújo
Publicado em 21/08/2016 às 8:12
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Cientista político avalia que desafio de Temer será manter uma base no Congresso - FOTO: Foto: Agência Brasil
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As Olimpíadas do Rio de Janeiro, que se encerram neste domingo (21), foram um grande teste de popularidade para Michel Temer. Na cerimônia de abertura, foi vaiado logo que a plateia percebeu que a fala que ecoava no sistema de som era a sua. Agentes da Força Nacional repreenderam pessoas que levavam faixas de cartazes contra seu governo, baseados em uma lei aprovada no governo de Dilma Rousseff (PT). Mas nos eventos de rua, sem ingressos pagos, como a maratona feminina, não foi possível impedir a manifestação popular.

As últimas pesquisas de opinião, realizadas nos meses de junho e julho, apresentaram uma taxa de popularidade em 14% (Datafolha) e 13% (Ibope). O número é baixo se comparado ao que alcançou Itamar Franco assim que assumiu o governo após a saída de Fernando Collor (35% em novembro de 1992 e 34% em dezembro do mesmo ano).

ANÁLISE

Para o cientista político e consultor Arthur Leandro, a baixa popularidade não deverá influenciar no governo, caso o impeachment de Dilma se consolide e ele assuma a presidência em definitivo. “O governo Temer depende basicamente de sua capacidade de articular apoio no Congresso, e de administrar eventuais processos contra ele junto à PGR e aos Tribunais superiores. Do ponto de vista da opinião pública, não há frustração quanto ao governo Temer que não possa já ser associada antes, pela grande massa de eleitores, ao governo Dilma”, analisa.

“Pesquisas qualitativas revelam que não havia, em meio ao movimento do impeachment, a expectativa que o governo Temer resolvesse os problemas do país, mas que seria algo que aconteceria na eventualidade da saída da presidente Dilma. A retomada da normalidade é apontada como algo benéfico pelo eleitor mediano, mesmo por aqueles que votaram no PT em 2014, e que não tem uma predisposição para a militância política”, acrescentou.

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