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Secretários de Saúde condenam aprovação da PEC 241

O Cosems, conselho dos secretários municipais de Saúde de Pernambuco, lançou nota de repúdio nesta segunda-feira (10/10)

JC Online
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Publicado em 10/10/2016 às 22:19
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Secretários municipais de Saúde de Pernambuco lançaram nota de repúdio à aprovação da PEC 241. Criticam a postura do governo Michel Temer (PMDB) e alertam que ao limitar gastos com saúde o SUS terá uma perda de R$ 26,4 bilhões por ano, ameaçando diferentes ações.

Defendem, em alternativa à PEC 241, a reforma tributária progressiva, com taxação de grandes fortunas, combate à corrupção e sonegação, redução da taxa de juros, além de  investimento nas políticas sociais e estratégias de retomada de desenvolvimento.

Leia a nota na íntegra:

 

COSEMS-PE

NOTA DO COLEGIADO DE SECRETÁRIOS E SECRETÁRIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE DE PERNAMBUCO – COSEMS PE.

SOMOS CONTRA A PEC 241. O NOSSO COMPROMISSO É COM O SUS

Os secretários e secretárias municipais de saúde entendem que a política de austeridade de Governo não é congelamento e redução de recursos financeiros em políticas sociais durante 20 (vinte) anos, em especial na área da saúde, educação e assistência social, que atualmente dispõem de recursos insuficientes para as necessidades de atendimento de qualidade para nossa população.

Desta forma o COSEMS/PE diante da proposta do Governo Temer do Projeto de Emenda Constitucional - a PEC 241 - se posiciona em sentido contrário, considerando que há outras alternativas de redução do gasto público, e ampliação da arrecadação do Estado Brasileiro.

A PEC 241 caso aprovada trará as seguintes consequências para o Sistema Único de Saúde (SUS):

• Perda de 448 bilhões de Reais no período de 20 anos (26,4 bilhões de reais anuais);

• Graves prejuízos na qualidade da assistência à saúde nas unidades básicas, nas ações de prevenção, exames, hospitais e procedimentos de alta complexidade;

• Inviabiliza a melhoria da remuneração dos servidores públicos, provocando a precarização de vínculos, demissões de trabalhadores, diminuição da qualidade da assistência à saúde;

• Inviabiliza a ampliação dos serviços de saúde na proporção do crescimento natural da população e das suas necessidades (envelhecimento, predomínio das doenças crônicas, ocorrência da violência e acidentes, ...);

• Desmonta, ou mesmo pode fechar os serviços essenciais e reconhecidos como: SAMU; UPA; Hospitais de Referência; Transplantes de Órgãos; Tratamento HIV/ AIDS; Vigilância Sanitária; Programa Nacional de Vacinação; Programa de Agentes Comunitários de Saúde; Combate as arboviroses (Zika, Chikungunya e Dengue), dentre outros. 

O COSEMS/PE entende como alternativas à PEC 241, que desfigura a Constituição Cidadã de 1988, as seguintes ações de governo:

• Realizar a reforma tributária progressiva, com taxação da renda e grandes fortunas;

• Rigoroso combate a corrupção e sonegação; 

• Redução da taxa de juros;

• Investimentos nas políticas sociais e nas estratégias para a retomada do desenvolvimento do País.

Neste sentido o COSEMS – PE apela aos (às) Srs. (Sras.) Deputados (as) e Senadores (as) que votem pela rejeição da PEC 241, ao mesmo tempo que convoca os secretários e as secretárias municipais de saúde, suas equipes de trabalho, membros participantes dos conselhos de saúde a ampliar a discussão das consequências da PEC 241 junto à população, e participação em eventos em defesa do SUS em conjunto com trabalhadores (as) da saúde, entidades públicas, da sociedade civil organizada e movimentos sindicais.

Recife, 10 de outubro de 2016

Diretoria do COSEMS-PE


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