O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é apontado como o receptor de cerca de R$ 8 milhões de propina em dinheiro vivo repassados pela empreiteira Odebrecht. A informação foi confirmada pela revista Istoé, que teve acesso ao compilado de 300 anexos da delação premiada do executivo Marcelo Odebrecht.
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Os repasses, segundo a publicação, foram feitos majoritariamente quando Lula não era preisdente do País. O maior fluxo de pagamentos aconteceu durante os anos de 2012 e 2013. A origem do dinheiro ilícito seria o setor de operações estruturadas da Odebrecht.
Marcelo Odebrecht foi preso em junho de 2015. Informações da Istoé dão conta de que justamente nesse período, a empresa acionou um esquema para 'varrer' os dados de doações e repasses ilícitos, enviando as informações para uma das sedes da empreiteira no Panamá, país considerado paraíso fiscal.
A delação de Odebrecht ainda apresenta trechos de conversas entre Marcelo e o diretor da América Latina e Angola da empresa, que teriam assegurado a participação decisiva de Lula e do ex-ministro Antonio Palocci no esquema de propina.
A Polícia Federal (PF), segundo a publicação, teria conseguido chegar até o nome de Lula por conta da confirmação de que os codinomes 'amigo', 'amigo de EO (Emílio Odebrecht)' e 'amigo de meu pai' se referiam todas ao ex-presidente.
Outros atingidos
A delação de Marcelo Odebrecht também envolve nomes do PMDB e do PSDB, além de cerca de 100 parlamentares e mais de 20 governadores e ex-governadores, diz a Istoé.
A delação do empreiteiro ainda não foi homologada, o que só deve acontecer até o dia 21 deste mês. 400 advogados acompanharam os depoimentos de Marcelo Odebrecht, que serão assinados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki. A delação envolve políticos com foro privilegiado.