ELEIÇÕES DE 2016

Líder do MBL pode ter praticado caixa 2 durante campanha eleitoral

Durante a disputa eleitoral de 2016, o vereador Fernando Holiday (DEM) teria pago em dinheiro vivo aos cabos eleitorais e não declarado os gastos com o grupo

JC Online
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Publicado em 14/03/2017 às 16:05
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
Durante a disputa eleitoral de 2016, o vereador Fernando Holiday (DEM) teria pago em dinheiro vivo aos cabos eleitorais e não declarado os gastos com o grupo - FOTO: Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
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Eleito vereador em São Paulo, Fernando Holiday (DEM) teria realizado pagamentos via caixa 2 para que jovens fizessem panfletagens na reta final da campanha eleitoral de 2016. Vinte e seis pessoas teriam sido recrutadas por uma mulher que à epóca administrava a página do Facebook do vereador e recebido, fora do declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cerca de R$ 60 por dia trabalhado. Holiday é um dos líderes do Movimento Brasil Livre (MBL), grupo entusiasta do processo de impeachment de Dilma Rousseff e dito contra a corrupção.

De acordo com informações checadas pelo site BuzzFeed, na prestação de contas de campanha de Holiday constam três notas fiscais emitidas pela empresa Classe A, única apresentada ao TSE como pagadora dos serviços realizados durante a campanha. O montante dos custos apresentados pela Classe A somam R$ 4.755 pelo serviço de panfletagem. Fora esse valor, segundo o site, teriam sido pagos em média quase R$ 6 mil via caixa 2 aos supostos contratados.

Uma das notas fiscais apresentadas pela empresa coincide com o período em que os cabos eleitorais trabalharam para Holiday - de 27 a 30 de setembro -, mas o mesmo documento não bate com o valor que supostamente teria sido pago por Tatiane Carvalho, administradora da página de Holyday, aos cabos eleitorais.

Segundo alguns cabos eleitorais que trabalharam na campanha, o pagamento feito por Tatiane era entregue sempre aos domingos em um shopping de São Paulo. Em espécie, a quantia de R$ 60 era paga por dia trabalhado, dentro de um envelope.

Procurada pela reportagem do site, a empresa Classe A afirmou que "não paga os empregados por dia de trabalho prestado, mas sempre por mês. O pagamento também é feito por cheque ou depósito bancário".

No total, Holiday declarou que gastou R$ 52.551,68 na campanha. A principal despesa, R$ 22 mil, foi com a publicação de anúncios em jornal. Nenhum dos 26 nomes de cabos eleitorais listado nos documentos obtidos pelo BuzzFeed aparece na prestação de contas como pessoa física recebedora de pagamento da campanha do candidato ou do comitê financeiro do partido dele. O vereador ainda teria prometido aos jovens o pagamento de uma gratificação caso fosse eleito, mas não concretizou a operação.

Defesa

Questionado pelo BuzzFeed Brasil, Fernando Holiday negou, por meio de sua assessoria de imprensa, irregularidades. “Conforme exige a legislação vigente, a prestação de contas da campanha foi entregue e aprovada pela Justiça Eleitoral e pode ser consultada publicamente. O mandato do vereador Fernando Holiday não é pautado por boataria, rumores ou inúmeros ataques que sofremos todos os dias. Portanto, não havendo qualquer acusação formal, tendo em vista a aprovação das contas; especulações desta natureza são apenas mais uma tentativa de atrapalhar o mandato combativo que o jovem vereador vem realizando", diz a nota enviada ao site.

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