OPERAÇÃO LAVA JATO

Lula diz que teme ser preso e que é 'vítima quase de um massacre'

''O senhor sabe o que é levantar todo dia achando que a imprensa está na porta da minha casa porque eu vou ser preso?'', questionou o petista ao juiz

Estadão Conteúdo
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Publicado em 14/03/2017 às 11:29
Foto: Ricardo Stuckert/ Institulo Lula
''O senhor sabe o que é levantar todo dia achando que a imprensa está na porta da minha casa porque eu vou ser preso?'', questionou o petista ao juiz - FOTO: Foto: Ricardo Stuckert/ Institulo Lula
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O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (14), em depoimento à Justiça Federal, que teme ser preso. "O senhor sabe o que é levantar todo dia achando que a imprensa está na porta da minha casa porque eu vou ser preso?", questionou o petista ao juiz federal Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal.

>>> Veja a íntegra do depoimento:


 

O interrogatório de Lula começou por volta das 10h10. Esta é a primeira vez que o ex-presidente é questionado em juízo como réu em ação penal relacionada à Operação Lava Jato. O petista é acusado de ser o mandante da tentativa de compra do silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

Acusados de "atrapalhar" as investigações da Lava Jato, também são réus na ação o pecuarista José Carlos Bumlai, o ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT/MS), o banqueiro André Santos Esteves, do BTG Pactual, o ex-assessor de Delcídio, Diogo Ferreira Rodriguez, o advogado Edson Siqueira Ribeiro Filho, e o filho de Bumlai, Maurício Barros.

Em acordo de delação premiada, Delcídio acusou Lula de ser o mandante da tentativa de impedir que Cerveró contasse o que sabia sobre o esquema de corrupção na Petrobras. Delcídio ofereceu ao filho de Cerveró uma mesada de R$ 50 mil, que seria financiada por Esteves. O ex-senador disse ter procurado Maurício, filho de Bumlai, e obtido outros repasses em dinheiro vivo. 

Interrogatório de Lula estava marcado para 17 de fevereiro

O interrogatório de Lula estava marcado para 17 de fevereiro. Após a morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia, mulher do petista, ocorrida no dia 3 de fevereiro, o juiz adiou o depoimento do ex-presidente para hoje.

A audiência provocou mudanças no trânsito no entorno do prédio da Justiça Federal. Desde o início da manhã, a rua que dá acesso ao edifício está interditada para o tráfego de veículos.

Delações premiadas

Segundo Lula, todos os dias são publicadas notícias de que ele será citado em novas delações premiadas, o que gera apreensão. "Nos últimos anos tenho sido vítima quase de um massacre", lamentou.

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