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Procuradoria pede prisão de Aécio Neves

O ministro Fachin mandou afastar o senador e submeteu o pedido de prisão da PGR ao plenário do Supremo

JC Online e Estadão Conteúdo
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JC Online e Estadão Conteúdo
Publicado em 18/05/2017 às 8:40
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O ministro Fachin mandou afastar o senador e submeteu o pedido de prisão da PGR ao plenário do Supremo - FOTO: Foto Lula Marques/AGPT
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O relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, mandou afastar Aécio Neves (PSDB-MG), do mandato de senador e decidiu submeter ao plenário do Supremo o pedido de prisão do presidente do PSDB solicitado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A irmã do parlamentar e um primo dele foram presos.

Andrea Neves é suspeita de pedir dinheiro para Joesley Batista em nome do irmão. O dinheiro teria sido entregue a um primo de Aécio. O primo do presidente do PSDB também foi preso preventivamente pela Polícia Federal. Frederico Pacheco de Medeiros, conhecido como Fred, teria sido filmado recebendo R$ 2 milhões a mando de Joesley Batista.

Além dele, Menderson Souza Lima, assessor do senador Zezé Perrela (PMDB-MG) também foi preso. Todos foram citados na delação de Joesley Batista. Em todos os casos os mandados são de prisão preventiva e foram autorizados pelo STF.

Delação de Joesley Batista

Aécio foi gravado solicitando R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista. O Supremo afastou o senador e também o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB) de seus cargos com base na delação de Joesley Batista e pessoas ligadas ao grupo J&F. Aécio foi gravado solicitando R$ 2 milhões ao empresário e Rocha Loures foi filmado pela Polícia Federal recebendo valores do empresário.

Na conversa gravada, Joesley e Aécio negociam de que forma seria feita a entrega do dinheiro. O empresário teria dito que se o senador recebesse pessoalmente o dinheiro, ele mesmo, Joesley, faria a entrega. E, se Aécio mandasse um preposto, o empresário faria o mesmo. Foi quando o senador disse a seguinte frase: "Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do c***.".

O "Fred" citado no diálogo é Frederico Pacheco de Medeiros, primo de Aécio, ex-diretor da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e um dos coordenadores da campanha do tucano à Presidência em 2014. O responsável pela entrega teria sido o diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, de acordo com a reportagem do jornal.

Rocha Loures, por sua vez, teria sido filmado pela Polícia Federal recebendo cerca de R$ 500 mil em propina.

Buscas em endereços ligados a Aécio

A Polícia Federal cumpre mandados judiciais nas casas e nos gabinetes dos senadores Aécio e Zezé Perrella (PMDB-MG), além de endereços de várias pessoas a eles ligadas, entre elas a irmã do tucano, Andréa Neves, e o filho do peemedebista, Gustavo Perrella.

Agentes da Polícia Federal seguiam por volta das 8h20 desta quinta-feira, 18, fazendo busca e apreensão de documentos no gabinete do senador Aécio Neves (PSDB-MG) no Senado. A operação no local já dura mais de duas horas, segundo policiais legislativos.

Parte da imprensa foi impedida de acompanhar a operação. A Polícia Legislativa restringiu o acesso ao prédio anexo do Senado onde os gabinetes dos senadores estão localizados. Os carros da PF aguardam os agentes na chapelaria do Congresso Nacional, entrada principal do prédio.

Rio

Outros agentes da PF que estavam desde cedo na residência de Aécio Neves em Brasília saíram em torno das 8h20 do local com um malote. Às 8h30, apenas jornalistas faziam plantão na frente da casa do senador, que fica em um bairro nobre na capital.

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