Delação da JBS

Perícia em áudio de Joesley Batista aponta mais de 50 edições, diz jornal

Perito criminal aponta que há indícios claros de manipulação na gravação, mas não dá para apontar o propósito desses cortes

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Publicado em 19/05/2017 às 22:43
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Perito criminal aponta que há indícios claros de manipulação na gravação, mas não dá para apontar o propósito desses cortes - FOTO: Reprodução
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Uma perícia contratada pelo jornal Folha de São Paulo concluiu que o áudio que registrou a conversa entre o presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista, dono da JBS, sofreu mais de 50 edições. De acordo com o autor do laudo e perito judicial pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, por Ricardo Caires dos Santos, há indícios claros de manipulação na gravação, mas "não dá para falar com que propósito" essas edições foram realizadas.

O perito declarou ainda que a gravação não poderia ser utilizada como prova jurídica, pois ela possui "vícios, processualmente falando". "É como se fosse um documento impresso com rasura. O seu conteúdo pode até fazer sentido, mas seria rejeitado facilmente como prova", declarou.

Em resposta para a Folha de São Paulo, a Procuradoria Geral da União declarou que a gravação divulgada é "exatamente a entregue pelo colaborador e sua autenticidade poderá ser verificada no processo". O áudio, gravado por Joesley na noite de 7 de março, foi encaminhado diretamente a PGR, não passando pela Polícia Federal, que só entrou no caso no dia 10 de abirl.

Um dos trechos que foi editado, o empresário pergunta a Temer como estava a relação do presidente com o deputado cassado Eduardo Cunha. A resposta dada por Temer sofreu cortes. Outro momento que sofreu cortes foi quando Joesley afirmou que "conseguiu dar conta" de um juiz e de um procurador da República.

O perito criminal, no entanto, não identificou nenhum tipo de corte no momento mais forte do diálogo, quando Temer dá anuência de uma mesada de Joesley para Cunha. O trecho, porém, apresenta dois momentos onde fica prejudicado por ruídos, o que torna incompreensível ouvir parte da fala.

Procurada também pela Folha, a assessoria da JBS disse que não irá comentar sobre o caso.

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