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'Temer é o chefe da quadrilha mais perigosa do Brasil', diz Joesley Batista à Época

Parte da entrevista exclusiva que o empresário deu à revista foi liberado na noite desta sexta-feira (16)

JC Online
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Publicado em 16/06/2017 às 23:04
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Parte da entrevista exclusiva que o empresário deu à revista foi liberado na noite desta sexta-feira (16) - FOTO: Foto: Reprodução
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A revista Época publicou no seu site, na noite desta sexta-feira (16) parte de uma entrevista exclusiva com Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, que está na edição desta semana do periódico. Ao repórter Diego Escosteguy, Joesley afirmou que o presidente Michel Temer (PMDB) lidera “a maior e mais perigosa organização criminosa do Brasil” e deu detalhes sobre os motivos que o levaram a gravar o peemedebista e delatá-lo. O empresário também falou sobre esquemas com o PT do ex-presidente Lula e com PSDB do senador afastado Aécio Neves.

Segundo Joesley, sua relação com Temer começou por volta de 2009, quando foi apresentado a ele pelo então ministro Wagner Rossi. O empresário afirmou que daí por diante eles passaram a se falar com frequência, mas nunca como amigos. “Sempre foi uma relação institucional, de um empresário que precisava resolver problemas e via nele a condição de resolver problemas. Acho que ele me via como um empresário que poderia financiar as campanhas dele – e fazer esquemas que renderiam propina”, disse Joesley à Época.

Questionado pelo repórter quando começou a fazer repasses de dinheiro para o presidente, Joesley confirmou que o primeiro pagamento ocorreu em 2010. “O Temer não tem muita cerimônia para tratar desse assunto. Não é um cara cerimonioso com dinheiro”, comentou. O dono da J&F disse ainda que os pedidos eram recorrentes, sempre sem oferecer justificativas para tais solicitações.

EDUARDO CUNHA

Sobre a relação do presidente com Eduardo Cunha (PMDB), Joesley afirmou que o ex-deputado sempre se referia a Temer como seu superior hierárquico. “Tudo que o Eduardo conseguia resolver sozinho, ele resolvia. Quando ficava difícil, levava para o Temer. Essa era a hierarquia. Funcionava assim: primeiro vinha o Lúcio (Funaro). O que ele não consegui resolver ele pedia para o Eduardo. Se o Eduardo não conseguia resolver, envolvia o Michel”.

Ao explicar se, de fato, precisava do grupo que envolvia Temer, Cunha e Funaro, o empresário disse que sempre era pressionado politicamente por eles, sobretudo quando o ex-deputado assumiu a presidência da Câmara. Joesley comentou ainda que nem sempre pagava o que lhe pediam, que havia alguns limites. “Tinha que tomar cuidado. Essa é a maior e mais perigosa organização criminosa desse País. Liderada pelo presidente. O Temer é o chefe da Orcrim da Câmara”, cravou.

PT E PSDB

No texto liberado pela Época, não estão disponíveis as partes da entrevista em que Joesley fala sobre o PT e o PSDB. A revista adiantou apenas que o empresário “contou como o PT de Lula ‘institucionalizou’ a corrupção no Brasil e de que modo o PSDB de Aécio Neves entrou em leilões para comprar partidos nas eleições de 2014”. Segundo a publicação, Joesley também estaria arrependido do que fez.

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