Troca de partido

Portas do PMDB fechadas para o clã Coelho em Pernambuco

Fernando Bezerra Coelho e Fernando Filho estão insatisfeitos com o PSB, mas entrar na legenda peemedebista não é a melhor estratégia

Franco Benites
Cadastrado por
Franco Benites
Publicado em 19/07/2017 às 6:40
Jane de Araújo/Agência Senado
Fernando Bezerra Coelho e Fernando Filho estão insatisfeitos com o PSB, mas entrar na legenda peemedebista não é a melhor estratégia - FOTO: Jane de Araújo/Agência Senado
Leitura:

A investida do presidente Michel Temer (PMDB) a integrantes do PSB não inclui os integrantes da família Coelho - o ministro das Minas e Energia, Fernando Filho, e o senador Fernando Bezerra Coelho. Ao menos é isso o que garantem pessoas próximas dos socialistas e do peemedebista.

Os Coelhos já reconheceram que há divergências dentro do partido e difundem que têm recebido convites de outras legendas, mas avaliam que migrar do PSB para o PMDB seria um passo mal dado. Na percepção dos pernambucanos, a mudança não irá gerar qualquer benefício político-eleitoral e eles teriam que ser coadjuvantes, em Pernambuco, perante as figuras do deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) e do vice-governador e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Raul Henry (PMDB), que têm a sigla sob controle.

Nessa terça-feira, circulou nos bastidores a informação de que Temer poderia tirar o PMDB das mãos de Jarbas e Raul para dar aos Coelhos. Assim, Fernando Bezerra e Fernando Filho teriam condições de dar as cartas na eleição de 2018 no Estado. A divulgação dessa notícia é bem-vista pelos socialistas, que não têm nada a perder cada vez que são citados como políticos cobiçados por outras siglas que não o PSB. Na prática, no entanto, pouca gente acredita que Temer tenha coragem - e força - para excluir Raul e, sobretudo, Jarbas do PMDB.

Há um incômodo de Temer com Jarbas desde que o deputado anunciou que votará no plenário da Câmara Federal para que o presidente seja investigado. No entanto, essa não é a primeira “rebeldia” do pernambucano. Em fevereiro de 2009, ele concedeu uma entrevista à revista Veja, chamou o PMDB de corrupto, criticou abertamente colegas de legenda, e, apesar das ameaças de punição que sofreu, seguiu na sigla.

Some-se à força de Jarbas o fato da direção nacional do PMDB, historicamente, ser permissiva com a as diferentes condutas dos diretórios estaduais. O partido apoiou o PT nos governos Lula e Dilma Rousseff e nem por isso Jarbas foi repreendido nas fortes críticas direcionadas às gestões petistas.

Com as portas do PMDB fechadas, os Coelhos devem investir na tomada de comando do PSB na eleição interna do partido em outubro. O senador Fernando Bezerra apoia a candidatura do vice-governador de São Paulo, Márcio França, contra o atual presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira. No entanto, como salvaguarda, o pernambucano mantém as conversas com o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre a criação de um novo partido.

LEIA MAIS:

Temer confunde presidência da República com a do PMDB, diz presidente do PSB

Temer tenta atrair deputados ao PMDB para evitar ampliação do DEM

Temer adia viagem a Pernambuco

Últimas notícias