LEGISLATIVO MUNICIPAL

Filha de Beira-Mar deve assumir mandato de vereadora em Caxias, no Rio

Ela pode assumir o mandato de Chiquinho Grandão, acusado de envolvimento com a milícia. Ele teve a prisão preventiva decretada

JC Online
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Publicado em 10/10/2017 às 11:03
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Ela pode assumir o mandato de Chiquinho Grandão, acusado de envolvimento com a milícia. Ele teve a prisão preventiva decretada - FOTO: Foto: Reprodução / Facebook
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Filha do traficante Fernandinho Beira-Mar, Fernanda Izabel Costa (PP) poderá assumir o mandato de vereadora de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, por conta do afastamento de Sebastião Ferreira da Silva (PP), o Chiquinho Grandão. Ele é acusado de envolvimento com a milícia e teve a prisão preventiva decretada na última quinta-feira.

Aos 32 anos, Dra. Fernanda Costa, nome de campanha da filha do traficante de drogas mais conhecido do Brasil, assumirá o cargo, segundo o jornal O Dia. Em sua primeira candidatura, em 2016, Dra. Fernanda teve 3.098 votos, que lhe deram a suplência. Na pré-campanha, ela trabalhou para ressaltar sua profissão de dentista. Na página no Facebook, ela também frisa sua crença evangélica com a publicação de trechos da Bíblia.

Pela Lei Orgânica do Município, assumirá o mandato 120 dias após o afastamento de Chiquinho Grandão. Ao Tribunal Superior Eleitoral, a cirurgiã-dentista declarou ter bens avaliados em R$ 140 mil. Fernandinho Beira-Mar, de 50 anos, está preso desde 2002. Suas condenações, somadas, chegam a 350 anos de prisão.

O artigo 17 da Lei Orgânica do município destaca que um vereador perde o mandato se infringir alguma proibição do estatuto, se quebrar o decoro parlamentar, se faltar a um terço das sessões, se perder ou tiver suspensos os direitos políticos, se a Justiça Eleitoral decretar assim ou se sofrer condenação criminal em sentença que não admite mais recurso. O suplente, diz o regimento, será convocado nos casos de vaga, de investidura nos cargos e nas funções de licença ou afastamento do exercício do mandato por prazo superior a 120 dias.

Em nota, o vereador reforçou que não foi notificado e que está recorrendo por entender que é "mais uma injustiça contra o seu nome". Ele sustenta que está com recurso na segunda instância do processo e confia que não cometeu qualquer crime e que "tudo será sanado".

FAMILIARES DE BEIRA-MAR NA CÂMARA DE CAXIAS

Pelo menos oito familiares do traficante foram nomeados para cargos na Câmara de Vereadores de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, entre 2012 e 2017, com salários que variam de R$ 2.500 a R$ 6.800. Desses, três permaneciam exercendo funções na atual legislatura. Uma nona pessoa ligada ao criminoso também trabalhou na Casa no período. Segundo a Polícia Federal, que desencadeou a Operação Epístolas, responsável por desbaratar uma quadrilha comandada pelo bandido de dentro da Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, todos eram funcionários fantasmas e não davam expediente na Câmara.

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