Delação premiada

'Cunha era máquina de arrecadar dinheiro', diz Pedro Corrêa

Em depoimento da sua delação premiada, o ex-deputado afirma que Eduardo Cunha liderava esquema para obtenção de dinheiro da Petrobrás para o PMDB

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Publicado em 17/10/2017 às 10:35
Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
Em depoimento da sua delação premiada, o ex-deputado afirma que Eduardo Cunha liderava esquema para obtenção de dinheiro da Petrobrás para o PMDB - FOTO: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
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Em depoimento no dia 26 de abril no seu acordo de delação premiada, o ex-líder do PP ex-deputado Pedro Corrêa afirmou que o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) era uma "máquina de arrecadar dinheiro".

"Ele impressionava todo mundo, arrecadava dinheiro de todos eles, tinha coragem imensa", contou Corrêa. Vídeos de depoimentos e anexos  em vídeo divulgado no site da Câmara dos Deputados. 

Pedro Corrêa atribui Cunha como articulador de um esquema para obtenção de dinheiro da estatal Petrobrás para o PMDB. De acordo com Corrêa, o deputado cassado recebeu uma parte do dinheiro obtido pelo ex-diretor de abastecimento Paulo Roberto Costa e o ex-diretor da Área Internacional Nestor Cerveró, ambos da Petrobrás, para as eleições de 2006. "Quando Paulo Roberto Costa tirou cerca de US$ 6 milhões do partido, que iam ser destinados para o PP, e entregou isso depois de uma reunião na casa do Renan (senador Renan Calheiros)", contou o ex-parlamentar. 

Segundo o ex-deputado, Eduardo Cunha e o deputado Julio Lopes (PP-RJ) o procuraram após as eleições de 2002 para pedir seu intermédio na recuperação de dívidas com a campanha. Ambos tornaram-se deputados pela primeira vez na época. "Me procuraram pra me dizer que tinham gasto cada um deles R$ 5 milhões na eleição e que queriam saber como é que eles, o partido poderia resolver esse assunto deles e recuperar esses R$ 5 milhões. Na oportunidade, eu disse aos dois: ‘Se vocês que acabaram de chegar em Brasília, forem com tanta sede ao pote, vão acabar cassados’". 

Pedro Corrêa

A delação de Pedro Corrêa foi homologada em agosto pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), após mais de um ano e meio de negociação. O ex-parlamentar foi cassado no Mensalão e condenado a 29 anos e cinco meses no âmbito da Operação Lava Jato, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele cumpre atualmente prisão domiciliar no Recife. Corrêa é uma das testemunhas de acusação do ex-presidente Lula em que o petista é acusado de liderar um esquema de recebimento de R$ 75 milhões em propina pagas pela Odebrecht em oito contratos com a Petrobrás.

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